Câmara do Turismo adia assembleia electiva alegando “assinalável incidência da Ómicron” (!) em Cabo Verde
Economia

Câmara do Turismo adia assembleia electiva alegando “assinalável incidência da Ómicron” (!) em Cabo Verde

A Câmara do Turismo de Cabo Verde, presidida por Gualberto do Rosário, decidiu adiar sine die a sua assembleia geral electiva alegando, pasme-se!, “o surgimento de uma nova variante da Covid-19, a Ómicron (...), com assinalável incidência no nosso país”, quando os testes ainda não comprovaram a presença dessa estirpe do Sars-Cov2 no arquipélago.

Em comunicado enviado hoje, 28, aos associados da Câmara do turismo de Cabo Verde, o presidente da instituição informa sobre o adiamento da Assembleia Geral electiva antes agendada para o dia 12 de Janeiro. Justificação?  “O surgimento de uma nova variante da Covid-19, a Ómicron, ainda não suficientemente estudada, mas com assinalável incidência no nosso país e com clara tendência de aumento de casos positivos diários”, assina o presidente da Mesa da AG, Júlio Carvalho, reforçando que a CTCV mantém o propósito de só avançar com reuniões da Assembleia Geral “em ambiente de relativa normalidade e segurança”.

Ora, a presença da variante Ómicron em Cabo Verde ainda não foi confirmada pelas autoridades sanitárias, que já enviaram amostras para análise no Instituto Pasteur, no Senegal, porém ainda sem respostas. Daí, a estranheza e espanto dos operadores turísticos face a esta justificação da CTCV para adiar a assembleia geral que iria eleger o novo presidente da instituição presidida por Gualberto do Rosário.

Na nota a que vimos referindo, o presidente da AG afirma que tal decisão surge após concertação com o Conselho Directivo, mas empresários do sector turísticos, que são membros da CTCV, entendem que “tendo em conta esta justificação esquisita, trata-se de mais um expediente de Gualberto do Rosário para continuar como presidente da Câmara do Turismo”. A propósito, em Novembro do ano passado, a Assembleia Geral electiva agendada para o dia 27 desse mês, também fora adiada, igualmente com a justificação de pandemia, razão pela qual os empresários do ramo turistico estão agora furiosos.

Segundo um operador contactado por Santiago Magazine, a Assembleia Geral “poderia perfeitamente ser realizada on-line, como vem acontecendo em todo o mundo”. O mesmo lembra que Gualberto do Rosário deveria ter pedido demissão do cargo desde que veio a público, em Fevereiro deste ano, a acusação contra si que envolve burla e corrupção em negócios de terrenos, denunciada pela empresa portuguesa Armando Cunha.

“É vergonhoso que um presidente da Câmara do Turismo de Cabo Verde continue em funções mesmo estando sob investigação. Ele deveria demitir-se no dia em que recebeu a notificação das autoridades judiciais”, reclama o operador.

 

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