O Banco Mundial admite que Cabo Verde deverá crescer 4,4% este ano (-0,1% que em 2018), mas estima que até 2021 o país irá evoluir 4,7%, segundo a sua projecção para a evolução da economia global que baixará já este ano em todo mundo devido "aos conflitos comerciais, às pressões financeiras e à desaceleração inesperada de economias de países mais ricos".
De acordo com o documento do BM (Global Economic Prospect 2019), divulgado esta terça-feira, 4, a economia cabo-verdiana irá crescer 4,4%, menos um ponto percentual que no ano passado (4,5%). Em 2020, haverá um ligeira retoma para 4,6% e em 2021 situar-se-á em 4,7%, bem longe da meta de 7% definida pelo Governo para até final do mandato, daqui a dois anos. A crer nessas projecções do BM; Cabo Verde, assim como os demais países em desenvolvimento, sentirão na pele os efeitos da guerra comercial dos países ricos.
Aquela instituição da Bretton Woods desceu esta sua estimativa para a evolução da economia em todo o mundo este ano apontando precisamente para "os conflitos comerciais, às pressões financeiras e à desaceleração inesperada de economias de países mais ricos".
Assim, o Banco Mundial antecipa agora que a economia global cresça 2,6% este ano, a menor expansão desde 2016 e abaixo do crescimento de 2,9% previsto em janeiro, noticia a Associated Press.
A instituição reviu em baixa a previsão de crescimento das principais regiões do mundo, apesar de ter mantido a previsão para os Estados Unidos da América, de uma expansão de 2,5% em 2019.
Para o conjunto dos 19 países do euro, o Banco Mundial cortou a sua estimativa para uma expansão de 1,2% este ano, contra os 1,8% registados em 2018 e uma evolução que fica 0,4 pontos percentuais abaixo da previsão de janeiro (1,6%).
Penalizado pela guerra comercial entre a administração do Presidente norte-americano, Donald Trump, e a China, o comércio global deverá crescer apenas 2,6% este ano, o mais fraco ritmo de crescimento desde a crise financeira de 2008.
"Ainda não estamos a clicar no botão de pânico", afirmou Ayhan Cose, economista do Banco Mundial.
"Mas estamos a enviar uma mensagem" de uma desaceleração possivelmente mais profunda caso as hostilidades comerciais persistam, acrescentou o responsável do Banco Mundial, adiantando que "é tempo de os responsáveis políticos encontrarem formas de resolver as suas diferenças".
O Banco Mundial antecipa que a China, a segunda maior economia do mundo depois dos Estados Unidos, cresça 6,2% este ano, o pior desempenho desde 1990.
Já a economia do Japão deverá crescer 0,8%, o mesmo desempenho de 2018.
Santiago Magazine/Lusa
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