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PAICV pede consenso para a oficialização do crioulo
Cultura

PAICV pede consenso para a oficialização do crioulo

O PAICV apelou hoje ao consenso para a oficialização da língua materna cabo-verdiana considerando que não só é um direito social e linguístico, mas também uma forma de reconhecer a sua importância científica e cultural.

Em conferência de imprensa, na cidade da Praia, a deputada Paula Moeda, do principal partido da oposição, lembrou que há 32 anos que a Constituição da República concedeu aos deputados da nação esse poder.

“A capacidade de fazer a língua materna viver com base na oralidade já revelou um grande poder de resistência para que a nossa língua tenha se mantido de pé até agora, porque é uma luz que nos ilumina, um farol que nos orienta nos nossos passos e o grande percurso feito até hoje”, apontou.

Para a parlamentar, a língua crioula representa a diversidade das ilhas, essência do cabo-verdiano, e é a língua materna que une o seu povo e mantém em contacto com a vasta diáspora cabo-verdiana espalhada pelo mundo.

Na mesma linha realçou que a língua cabo-verdiana materna já correu o mundo através da diáspora, mas também através das manifestações culturais como a música e a dança.

“Onde tem um emigrante cabo-verdiano se fala o crioulo de Cabo Verde. A nossa língua é conhecida em todos os continentes, através do batuque, funaná, na morna, coladeira, mazurca, e talaia-baxu no coração das mulheres batucadeiras, no espírito das coladeiras e tamboreiras do Fogo e da cola São João de Santo Antão a Brava”, apontou.

Paula Moeda, que realçou a importância da língua materna como identidade do cabo-verdiano, defendeu, entretanto, que para a sua oficialização deve haver um entendimento entre a sociedade civil, sujeitos políticos e parlamentares.

Entretanto, sublinhou que a luta pela oficialização da língua materna já ganhou uma dimensão grande, com estudo científico, ensaios, investigação, debate, trabalhos técnicos e com experiências em laboratórios de línguas, nas universidades nacionais e internacionais.

"É preciso continuarmos a falar e a ouvir em crioulo, mas é urgente sabermos também escrever bem e usarmos a nossa língua em acto formal para conquistar, cada vez mais, seu espaço oficial que merece", precisou.

Segundo a deputada, a língua crioula é a identidade do cabo-verdiano, é um grande património com grandes obras de valores na qual tem recebido muitos prêmios literários, diplomas de mérito e de reconhecimento.

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