O Modernismo, entendido como um movimento de movimentos, teve como denominador comum a rejeição da certeza da razão. Isso envolveu a ruptura com a harmonia, a causalidade e o realismo que caracterizaram o Iluminismo. Levou, nesse sentido, a um reexame em quase todas as áreas da existência. A arte abstracta em suas diversas variáveis, a música atonal, a narrativa introspectiva que deu livre curso à consciência, a psicanálise ou o teatro do absurdo, demoliu os marcos por toda parte.
Nestas ultimas três décadas, tomando em conta e marco, o fim da Guerra Fria, o mundo mudou muito e Cabo Verde, não ficou alheio à velocidade de cruzeiro das mudanças. A transformação transição internacional mais marcante foi realizada pela China que nas duas últimas décadas realizou o salto qualitativo de país de terceiro mundo ou emergente para a categoria real de segunda potência económica e tecnologica deste planeta Terra ou mundo em mudança que cresce inclinada francamente para a originalidade asiática e chinesa...
Como disse em cima, Cabo Verde insere-se humildemente na esfera, do movimento, universal das mudanças, com um pé existencialista, na cooperação internacional multi e bilateral, o funcionalismo da oferta turistica, ligação umbilical á diáspora, e o outro pé na sociedade, nas nove ilhas habitadas, seguindo, também, seu percurso histórico, humilde muito particular, na nossa sub-região africana, como única democracia parlamentar...
Cabo Verde, vive ainda a crise sanitaria Covid -19, atravessou três anos consecutivos de seca severa e sofre, na condição de pequeno país insular, sem recursos as más consequências da guerra na Europa, deste Século 21 que aparenta e aparece sem energia ou originalidade, mas problemática, incerta e insegura, inflacionando, também, todas as grandes economias internacionais, esta guerra na Ucrânia, está fazendo correr riscos de “crise de fome” a paises pobres e Cabo Verde, está também, sob esta ameaça, que não queremos, que aconteça.
Todas estas e mais incertezas leva-nos a refletir sobre a condição “sapiens” do homem que hoje mais do que no passado, vive em desequilibrio com o meio ambiente, com a natureza e a biodiversidade.. Fomos colónia durante cinco séculos, vivendo a experiência de “sociedade escravocrata”, hoje somos estado soberano, sempre flagelado pela estiagem..., mas é verdade que, periodicamente, a humanidade passou e passa por períodos de imenso significado histórico, onde os valores, crenças e certezas predominantes são abalados em seus fundamentos e substituídos por outros. O mundo Ocidental experimentou três grandes desses fenômenos nos últimos Seis Séculos: o Renascimento, produzido nos séculos XV e XVI, o Iluminismo do século XVIII, e o Modernismo, que começou no final do XIX e atingiu seu auge no século XX…
O Renascimento é entendido como um movimento abrangente que gerou não apenas uma mudança fundamental nos campos da filosofia, da cultura e das artes, mas também uma renovação das ciências. Sua disseminação das ideias do humanismo levou a uma nova concepção do ser humano e de seu ambiente. O teocentrismo medieval, onde tudo girava em torno de Deus e da religião, deu lugar ao ser humano como medida de todas as coisas.
O Iluminismo, também conhecido como Idade da Razão, foi um amplo movimento que dominou o mundo das ideias durante o século XVIII. A razão passou a ser vista como fonte de legitimidade do poder político, determinando a difusão de ideais como liberdade, progresso, tolerância ou fraternidade. Foi uma época de notáveis avanços políticos em áreas como o governo constitucional ou a separação entre Igreja e Estado. As artes entraram em sintonia com a noção predominante de harmonia, enquanto a ciência apresentou grandes transformações. O método científico, dominado pela regra da razão, era sustentado pela verificação e pela evidência. Como no Renascimento, e rivalizando com a produção de figuras de primeira ordem histórica, foi um período de imensa fecundidade.
O Modernismo, entendido como um movimento de movimentos, teve como denominador comum a rejeição da certeza da razão. Isso envolveu a ruptura com a harmonia, a causalidade e o realismo que caracterizaram o Iluminismo. Levou, nesse sentido, a um reexame em quase todas as áreas da existência. A arte abstracta em suas diversas variáveis, a música atonal, a narrativa introspectiva que deu livre curso à consciência, a psicanálise ou o teatro do absurdo, demoliu os marcos por toda parte.
Comparado com as mudanças importantes trazidas pelos estes três períodos históricos, o século 21, para mim, aparece como afirmei, á frente, sem energia ou originalidade, mas incerto e inseguro. Nada neste século se assemelha à combatividade iconoclasta do século 20
Em nenhum lugar do mundo, actual, encontramos as contrapartes contemporâneas de Amílcar Cabral, Einstein, Bohr, Picasso, Matisse, Freud, Jung, Stravinsky, Schoenberg, Joyce, Proust, Sartre… A minha área profissional, é a informática, mas tenho consciência que além de se viver praticamente no mundo inteiro da obsessão tecnológica, o século actual não questiona nem impressiona… Você consegue viver um dia sem Telemóvel ou Computador, ou Plasma TV!!
miljvdav@gmail.com
Comentários