As ausências da visão e dedicação dos decisores, políticos e forças sociais para assegurar que as coisas boas aconteçam e funcionem bem na nossa capital e ilha, explicam a situação de completa insanidade das prestações para com a nossa capital e ilha como é o caso da ausência de serviço tão fundamental para as cidades e comunidades em geral como o da proteção civil!
Não pode, Praia cidade capital do país, Cabo Verde, estar com serviços de proteção civil em greve sine die e não haver o serviço mínimo mormente no período corrente de chuvas, normalmente fonte de situações de desastres e demais calamidades naturais climáticas que ocorrem nos povoados e cidades do arquipélago! Isto num ano que se previu ser, de julho a setembro, chuvoso e acompanhado de instabilidade climática na parte restante do periodo chuvoso do arquipélago. Tratando-se da cidade mais populosa do país, numa ilha e numa região (sotavento) com boa parte da população nacional, onde originam e aonde convergem boa parte de casos de acidentes, incidentes e outras ocorrências que exigem pronta prestação competente da proteção civil, esta se encontra inativa, havendo já inúmeras situações de omissão de prestações em dezenas de ocorrências graves, até último fim de semana!
Desconhecemos tanto a nível do país como noutras parte do mundo situações do género, em que não se aciona o serviço mínimo para a capital do país, com particular e pujantes condições de atividades de crescimento embora sem apoios e planos adequados de quem de direito!
Rogamos ás autoridades competentes uma pronta atuação no sentido de repor de imediato o serviço a funcionar, nem que seja o serviço mínimo, zelando que haja condições para a normalização durável das prestações do serviço da proteção civil da CMP.
Ademais apelamos por uma dinamização de ações do povo santiaguense para pormos um basta ás contínuas situações de desconstrução e descontinuidade de existência e de prestações de serviços da Praia, Santiago em que:
- A industria de transporte aérea é deslocalizada de noite para dia;
- Desapareceram, sem vestígios de serem restabelecidas (via restabelecimentos assistidos pelos governos), as empresas, entidades e prestações que tinham a ver com (centro de) e feira anual de artesanato na Praia, o todo mundo canta, transporte urbano público (TRANSCOR), reparadora de automóveis (SONACOR), produção alimentar (Justino Lopes, ENAVI …), ministérios e departamentos do mar, transportes, guarda costeira…;
- Tem enfraquecido e continua a não haver perspetivas para a estruturação adequada do setor do mar em termos de instituições adequadas (administração marítima, portuária e de pescas/economia marítima), de projetos estruturantes ( nos domínios portuários, pescas e aquacultura, construção e reparação navais, marinas…) de formação (escola do mar para a marinha mercante, pescas, portos, segurança e administração marinha e costeira). Dos 350 mil dólares, empréstimos do Banco Mundial gastos para estruturarar o IMP nas ilhas, na Praia permanecem dois pisos financiados pela Espanha para o Edifício de Gestão de Tráfego de Navios, não finalizados e não entregues oficialmente e negligenciados pelos dirigentes do setor para a estruturação da administração marítima adequada no sul do país. No norte e sul da ilha permanecem magníficas enseadas comprovadamente (estudo chinês) mais adequadas para aquacultura em Cabo Verde, mas sem projetos que são incentivados para outras paragens do país; portos naturais e atividades marítimas e marítimo-turísticas de lazer e atividades pesqueiras e de reparação / construção navais sem investimentos do governo em termos de cais, pavilhões, marinas e instalações de aquacultura!
- Inúmeros projetos turísticos / hoteleiros anunciados, iniciados e ou em tentativa de aprovação não são promovidos ou buscados para efetivação como se vem fazendo para outras ilhas. Como exemplo desses complexos turísticos desesperadamente esperados para o desenvolvimento de Santiago, indica-se o Plateau Water Center, Hilton Praia, Vitoria Bay, Complexo de David Chow, Santiago Resort, Santa Fé para S.Francisco, etc, etc;
- Para Santiago não se planeia a implementação dos epicentros de agronegócio e da praça financeira previstos para Santiago (admitindo que há algum avanço na implementação do hub tecnológico), da mesma forma como magnificamente se avança com as plataformas do mar e do ar!
- Se regista que, tanto em Dubai como no fórum do Sal, os dirigentes sequer arriscaram por uma só vez, assinalar o destino Santiago para os projetos apresentados para financiamento internacional!
- O centro de convenção, o parque industrial e a escola do mar, projetos estruturantes para manter o crescimento e diminuir o emprego, continuam a não ser considerados para implementação em Santiago; A mesma preocupação perdura em relação ás melhorias do aeroporto e a construção do novo hospital de referência nacional;
- Os santiaguenses estão exasperados, não votarão, mas sim passarão, doravante, a combater aqueles que continuam a expressar desprezo, insensibilidade e ausência de esforço/dedicação para a implementação dos projetos habitacionais, do complexo de ténis, do novo mercado municipal, da nova embaixada dos EUA e novo Liceu Cónego Jacinto.
As ausências da visão e dedicação dos decisores, políticos e forças sociais para assegurar que as coisas boas aconteçam e funcionem bem na nossa capital e ilha, explicam a situação de completa insanidade das prestações para com a nossa capital e ilha como é o caso da ausência de serviço tão fundamental para as cidades e comunidades em geral como o da proteção civil!
Não desistamos da capital, do país.
Avante com a cidadania e protesto ao abandono da capital!
Praia, 23 de agosto de 2022.
JJ Costa Pina
Comentários