...nada é tão imprevisível quanto a vida. E alguns por terem a aparência da autonomia suponham que nada está perdido e que tudo está ganho. A sociedade silenciosa e sofredora vive este grito comovente; vozes que não sabem a resposta, vivendo num dilema sem trégua. Uma solidão que queima a alma solitária. À deriva como gente sem norte. No solo amargo do desespero sem alegria, num sol escaldante, faminta pela justiça que brada, mas sem uma aparência cristalina e respostas legítimas.
Carl Jung disse: "Conhecer a sua própria escuridão é o melhor método para lidar com a escuridão dos outros", e "A vida acontece num equilíbrio entre a alegria e a dor".
Os injustiçados da plateia ignorada, das ruas sem cores, rejeitados pelos detentores do poder. O mérito dos que nunca foram chamados e a esperança dos que nunca foram lembrados. Crianças que vivem buscando um canto para dormir, idosos sem um prato de comida que mate a sua fome. Famílias em desespero clamando por socorro. Gritos silenciosos pelas casas vazias, expressões que falam e descrevem buscas sem respostas, lutas perseverantes e pontes inseguras.
Ser consumido pela dor é doloroso e ás vezes paralisante. As lutas intensificam quando perdemos o controlo em meio ao vazio. Num fatídico e estranho sentimento, redescobrimos, que afinal, estamos perdendo a alma. O cerne da nossa capacidade se desvanecendo de uma forma dolorosa. Depois de tudo, lutas intensas, lágrimas quase impossíveis de suportar.
Nessa encruzilhada enérgica, uma voz pálida responde em pânico: estamos passando por uma metamorfose! Sem protelar o passo decisivo e fulcral é não perder o olhar que vem depois da dor. Manter firme sem se diluir pelos labirintos do abandono, é o ápice da procura e da redescoberta fantástica.
Ninguém consegue ouvir os gemidos e sussurros paralisantes. Numa estrada de uma via só, não se ouve nenhuma voz e nem saída. O grito interno não merece o holofote. Em angústia e desalento, fala-se o complexo e até o enigmático. O grito silencioso dos que sofrem e não conseguem falar. A dor do silêncio e o silêncio na dor. Ninguém me escuta e quem me escuta julga as minhas dores e minhas palavras. Resta a opção do silêncio, enquanto a dor consome a minha mente.
Basta estarmos atentos para percebermos o subsolo das dores silenciosas nas noites escuras da cidade em festa. Os bares em movimento, os restaurantes glamorosos tocando as suas melodias em dias festivos. Risos e alegrias fazem suas fileiras em sintonia com a ilusão do controlo.
No entanto, nada é tão imprevisível quanto a vida. E alguns por terem a aparência da autonomia suponham que nada está perdido e que tudo está ganho. A sociedade silenciosa e sofredora vive este grito comovente; vozes que não sabem a resposta, vivendo num dilema sem trégua. Uma solidão que queima a alma solitária. À deriva como gente sem norte. No solo amargo do desespero sem alegria, num sol escaldante, faminta pela justiça que brada, mas sem uma aparência cristalina e respostas legítimas.
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A equipa do Santiago Magazine