A palavra auto-estima remete-nos para a ideia de uma realidade interna, circunscrita ao parâmetro psíquico-mental e emocional, abrangendo o aspecto da construção gradual da personalidade. Acrescentando a faceta pessoal, dinâmica e autônoma.
Subscreve-se a sua ação construtiva, o ambiente familiar, a pré-disposição consciente, a formação de valores e o aspecto social. Representam fatores indispensáveis.
A auto-estima cria-se e se modela numa auto-consciência reflexiva. Será preciso uma justa posição e atitude reflexiva autônoma, incluindo o equilíbrio necessário, sem perder o sentido real da busca e aceitação da realidade circundante.
A ausência da auto-estima gera elementos desfavoráveis ao bem estar psíquico e emocional, com a sua proliferação em áreas interpessoais e profissionais. O aspecto compensatório poderá ser um sinal específico da baixa auto-estima, somando ao comportamento possessivo, anulação e espírito manipulador.
A construção da auto-estima não pode ser associada a parâmetros externos. Ter um diploma, alto cargo público, fama ou ser alguém notório.
Está claro, alcançar grandes objetivos é importante, contudo, devemos ter cuidado em associar as conquistas com a construção da auto-estima.
A identidade está muito ligada à construção de uma boa auto-estima. Significa que as características de uma genuína auto-estima são: humildade, carácter, equilíbrio, personalidade e visão.
Muitos confundem identidade com auto-estima. Na verdade, é a identidade que dá corpo a auto-estima. Sem a identidade não existe a auto-estima. Por isso, muitos lutam bravamente para se sentirem bem e realizados. Contudo, quando menos percebem, estão sedentos de novo.
Sem uma boa auto-estima a sede de ter se mantém e as buscas se intensificam. Há um vazio real, cuja resposta está além das realizações. As lutas se tornam possíveis e vitoriosas quando a formação da identidade não é uma fantasia pessoal, mas uma realidade absoluta ao nível da personalidade construída. Para dizer que a identidade nada mais é do que a construção da personalidade, pautada numa base consciente, lúcida e racional. Incluindo ainda, a clareza, o carácter e um psiquismo equilibrado.
Temos então a identidade, a auto-estima e a personalidade. Neste caso, a identidade legitima a personalidade e a auto-estima é o reflexo de uma boa personalidade.
É importante frisar que existe a falsa e a verdadeira auto-estima. A falsa, reflete um quadro irreal e forjado. A verdadeira, é onde a presença da autenticidade e elementos plausíveis se evidenciam com clareza. Facilmente se percebe quando existe uma real auto-estima e quando não existe.
Para terminar, passo a enumerar alguns elementos de uma boa auto-estima. Sinceridade, consciência da realidade, capacidade de superação ou determinação, humildade, visão, autoconfiança, carácter e maturidade emocional.
A maior crise da sociedade contemporânea é a crise do ser. E sendo assim, a formação de uma genuína auto-estima faz uma ponte inseparável com essa crise.
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