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As "MAKAS" vão ter que acabar
Colunista

As "MAKAS" vão ter que acabar

Sexta feira Santa, um dia reservado à reflexão para o renascimento das cinzas do pecado, ou seja, o princípio Cristão do perdão, baseado no AMOR, nos chama a uma autoreflexão para correção e ajustes necessários em nossas vidas, a relação com nossos familiares, vizinhos, comunidade, país e o universo todo que nos envolve.

No mesmo dia em que Cristo lá atras, nos dava a maior demonstração de amor, fiz uma volta por Tarrafal, até madrugada adentro e o que ví choca todos os princípios Cristãos e de paz Social.

Enquanto, o tribunal promovia a audiência judicial solene com dois jovens de São Miguel por um presumível "Kasu boby", em Chão Bom e arredores da cidade, jovens em porta de bares, despem suas camisas e se agridem aos murros e palavrões. isto enquanto o telefone da polícia não pára, para atender a situações parecidas, promovidas por cidadão que no dia a dia, se queixam de necessidades várias nestes tempo dificies, no entanto, dispostos a brigas e desordem social, provocando a justiça, a saúde e a segurança pública a investir na solução de conflitos que perfeitamente podiam ser evitados. E os recursos deste Estado cada vez mais frágil, investido em outras formas de políticas públicas, saudáveis e produtivas.

Aonde está o problema?

O que se passa com a nossa tolerância?

E o álcool, que lugar ocupa no meio desta confusão?

Não seria hora de avaliarmos os programas de combate ao consumo de álcool e considerar os novos indicadores de comportamentos sociais influenciados por este fenômeno?

Também não sei!!!

Mas, parafraseando Nha Nácia Gomi:

SIMA NU KRÉ NU KA PODI STA, MAS TÁMBI, SIMA NU STA NU KA PODI FIKA!!!

 "A necessidade é a mãe de todas as guerras" !!!

Dizia alguém, entretanto, a falta de ocupação pode estar diretamente atrelada a esta necessidade, pois, sem trabalho remunerado não há rendimento e sem rendimento, as necessidades ficam descobertas e consequentemente, o indivíduo que já "per sí" possui défices de prepação para a vida social, dizia, quando associado à escassez de recursos, sua capacidade de diálogo e tolerância, se reduz a níveis críticos, resultando nos conflitos que conhecemos e que nem o dia da "Paixão de Cristo", consegue inibir.

Nossos campos continuam disponíveis, nossas ribeiras secas, nossos homens sentados e nossos lençóis freáticos (reservas naturais de água subterrânea) com interessantes reservas.

As raças melhoradas de animais produtores de leite, e carne, estão disponíveis, os centros pecuários desativados e os nossos técnicos com conhecimento e disponibilidade para actuar, muitos deles "empoeirados" e afastados do sistema.

O mundo está em guerra e Cabo Verde sabe que depois de todas as grandes guerras, sucederam-nos, sempre, ciclos de fome - 20 e 47, na sequência da primeira e da segunda guerra mundial. É hora de desenlaçarmos nossas gravatas, arregaçarmos mangas, calçarmos galojas e nos lançarmos ao trabalho produtivo.

 A razão e motivação é a mesma de sempre:

Temos um défice alimentar na ordem dos 80 a 90 porcento que suprimos pela via importação. No entanto, se a guerra evoluir a ponto de fechar as portas do mundo, ficamos isolados e sem poder satisfazer nossas necessidades alimentares.

Este trabalho é tanto urgente, como necessário.

Poupar em tudo o que não for prioritário, nos ajuda a arrecadar meio.

Aí então estaríamos a praticar a maior estratégia de redução de conflitos sociais, pendências em tribunais, enchentes dos centros penitenciários, além da recuperação do verde dos campos, da alegria natural do piar dos passarinhos, do movimentos do mercado, da satisfação do homem, da tranquilidade da família, do sorriso do menino e da realização do projecto Cabo Verde.

SIMA NU KRÉ NU KA PODI STA, MAS TÁMBI, SIMA NU STA NU KA PODI FIKA!!!

Nacia Gomi

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