O reitor da Universidade de Santiago (US), Gabriel Fernandes, disse este sábado, 21, em Almada (Portugal), que a instituição quer incorporar a diáspora cabo-verdiana nas actuações que tem levado a cabo, através da sociedade civil.
A afirmação foi feita à Inforpress no final de um encontro que teve com as associações da diáspora cabo-verdiana em Portugal, organizado em parceria com a Associação de Saúde e Solidariedade da Diáspora Cabo-verdiana (ASSD-CV), tendo enaltecido que a US tem estado a não só buscar as vias de alargamento à oferta formativa e de inclusão académica em Cabo Verde, mas também nos países de acolhimento dos cabo-verdianos.
Isso porque, Gabriel Fernandes entende que que a educação é um dos principais recursos emancipatórios e um dos principais factores de desenvolvimento de Cabo Verde, já que sem educação, o pilar escolhido por todos os países de rápido desenvolvimento, “dificilmente o país conseguirá atingir o patamar de desenvolvimento na actual configuração histórica mundial”.
“A ideia é incorporamos a diáspora, porque não entendemos que os ‘locos’ da intervenção da universidade deva ser só Cabo Verde. Onde haja cabo-verdianos, haja comunidades e haja um seguimento populacional que de alguma forma está vinculado ao país, esse local é de actuação da nossa universidade e a melhor forma de fazermos isso é a partir da sociedade civil e com os actores da sociedade civil”, frisou.
O reitor considerou que as associações comunitárias, de estudantes e associações socio-profissionais são “cruciais” para se chegar às comunidades, porque têm projectos “genuínos” voltados para a comunidade, que visam o bem comum e a “universidade tem todas as afinidades electivas com as instituições que estão empenhadas na promoção de eventos de acções para o bem comum”.
Neste sentido, defendeu que “é fundamental” que Cabe Verde aposte na educação, que tenha programas de pesquisa, de investigação e que as pessoas tenham essa garantia de aceder e frequentar com sucesso o ensino superior e não só.
“A nossa ideia é trabalharmos com as associações para chegarmos, não só aos mais jovens, mas também na comunidade no seu todo. Em Cabo Verde temos estado a desenvolver centenas de actividades voltadas para a comunidade, porque aspiramo-nos na comunidade, somos uma nação da comunidade e é fundamental que retribuamos aquilo que a comunidade nos dá”, indicou.
O encontro de hoje, conforme disse, visou, sobretudo, conhecer melhor as associações, os seus projectos, as suas expectativas, as suas áreas de investigação e também mapear campos possíveis de intervenção conjunta.
Por seu turno, a presidente da direcção da Associação de Saúde e Solidariedade da Diáspora Cabo-verdiana, Andredina Cardoso, explicou que a ideia do encontro vem na parceria que a sua organização tem com a US que baseia em três área, nomeadamente da investigação, da formação, que já estão a funcionar, e a área da extensão comunitária.
“Esse foi um pontapé de saída e a partir de aqui criar sinergias consistentes para continuarmos a desenvolver o nosso trabalho e fazer uma extensão comunitário daquilo que já era a nossa parceria”, esclareceu, acrescentando que foi “interessante” juntas as várias associações cabo-verdianas para conhecer o trabalho de cada uma.
Segundo ela, o objectivo é criar as condições para, cada vez em conjunto, as associações trabalharem como uma força só e prestar um serviço “muito melhor” à comunidade cabo-verdiana, à comunidade portuguesa e aos locais onde as associações estão inseridas.
“Ficamos extremamente satisfeitos com a disponibilidade que todas as associações presentes demonstraram para prosseguir a trabalhar em conjunto e agora é o próximo passo é fazer o desenho da estratégia para o trabalho conjunto”, referiu Andredina Cardoso.
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