Cabo Verde registou 247 casos de tuberculose em 2017, sendo que 227 foram casos novos (92%) e 14 recaídas (5,7%), enquanto em 2016 foram 258 casos, dos quais 222 novos e 18 recaídas.
Os dados foram facultados à Inforpress pelo coordenador do Programa Nacional de Luta contra Tuberculose e Lepra (PNLTL) do Ministério da Saúde e Segurança Social, Jorge Barreto, no dia em que se assinala o Dia Mundial de Tuberculoses, 24 de Março, este ano sob o lema “Procura-se líderes para um mundo sem tuberculose. Você pode fazer história. Acabe com a tuberculose”.
Dos 247 casos do ano anterior, 206 (83,4%) foram tuberculose pulmonar, que é a forma mais frequente desta doença e a mais importante para a saúde pública, pois é a forma responsável pela manutenção da cadeia de transmissão da doença, de acordo com o médico, sendo que 186 (90%) eram casos novos, mas também houve a notificação de 41 (16,6%) casos de tuberculose extrapulmonar.
A Praia é o município que registou maior número de casos em 2017, ou seja, 86, seguido de São Vicente com 55, São Filipe 21, Sal 14 e Santa Cruz dez casos. Com menos casos aparecem os municípios de Mosteiros com zero caso, Brava com um caso, Maio e São Domingos com três e Paul e Porto Novo com quatro casos.
Na distribuição dos casos novos de tuberculose pulmonar pelos grupos etários, verifica-se que acontece principalmente em pessoas com idade entre 15 e 54 anos, correspondendo a 54,3%, sendo que os indivíduos do sexo masculino são duas vezes mais afectados do que as mulheres.
Em relação aos casos de pessoas com coinfecção tuberculose e VIH-Sida, dos 247 casos de tuberculose em 2017, 27 tinham VIH-Sida, representando 11%, enquanto que em 2016 do total de 258, 21 tinham VIH-Sida, ou seja, 8%.
De realçar que o PNLTL tem conseguido melhorias em relação à qualidade do diagnóstico da tuberculose ao longo dos últimos cinco anos, considerando que houve confirmação de 87% dos casos de tuberculose pulmonar em 2017 contra 56% em 2012.
O médico Jorge Noel Barreto explicou que a tuberculose multirresistente não foi um “grande problema” em Cabo Verde no ano passado, visto que houve dois casos suspeitos que não foram confirmados pela cultura, método recomendado para confirmação.
“Em relação aos resultados do tratamento dos casos de tuberculose, a taxa de mortalidade por tuberculose não tem ultrapassado o que é aceitável pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é cinco óbitos por 100.000 habitantes e a taxa de sucesso do tratamento tem se situado em torno de 90% desde 2013, o que também vai ao encontro do preconizado pela OMS”, sublinhou.
“A tuberculose é uma doença relacionada directamente às precárias condições e hábitos de vida da população”, observou o médico que sublinhou que o diagnostico precoce é “muito importante”.
Com Inforpress
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