Estudo. Centros urbanos vão precisar de 26 mil novas habitações até 2030
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Estudo. Centros urbanos vão precisar de 26 mil novas habitações até 2030

Mais de 11.119 agregados familiares estão em situação de défice habitacional e serão necessárias 26 mil novas casas nos centros urbanos daqui a dez anos para suprir o défice existente, indica um estudo sobre o “Perfil do sector da habitação em Cabo Verde", apresentado esta quarta-feira, 5, na Praia.

Elaborado pelo ministério das Infra-estruturas e Ordenamento do Território, em parceria com a ONU Habitat e o Instituto Nacional de Estatística, o estudo espelha a realidade da habitação em Cabo Verde, essencialmente o défice habitacional, as necessidades habitacionais, a demanda e a capacidade de cada pessoa adquirir uma casa.

Segundo o técnico do Ministério das Infra-estruturas e Ordenamento do Território Victor Bettencourt, os dados indicam que cerca de 11.119 agregados familiares precisam de uma casa nesse momento, o que corresponde a 8,7% do total dos agregados familiares, e prevê que até 2030, serão necessárias mais de 26 mil novas habitações nas cidades, com uma média anual entre 1.700 e 2.000 unidades.

A nível dos agregados familiares, as ilhas do Sal, com 20%, da Boa Vista, com 16,3% e de São Vicente são as parcelas do território com maior défice habitacional em termos percentuais, e em termos absolutos verifica-se que a ilha de Santiago é a que tem maior número de agregados familiares em situação de défice habitacional, com 4.611 agregados do total, seguido de São Vicente, com 2.762 e a ilha do Sal com 1.666.

O estudo concluiu que apenas 14,9% da população consegue adquirir a moradia mais barata neste momento, sendo que essa demanda está relacionada com uma série de condicionantes com o acesso ao credito, despesa familiar e rendimento baixo do agregado familiar.

Os dados revelam ainda que, em virtude de as sociedades serem muito desiguais, as carências habitacionais não devem ser definidas de forma idêntica e que a sobrelotação de moradores corresponde aos domicílios arrendados com um número médio superior a três moradores por dormitório.

Segundo este responsável, o perfil apresenta o espelho da realidade da habitação em Cabo Verde que vai permitir a elaboração de uma política nacional de habitação.

Para tal, o estudo deixou uma série de recomendações, a nível do incentivo financeiro, incentivo fiscais, de fiscalização, financiamento habitacional com acções de melhoramento de projectos, com o envolvimento das empresas nacionais na construção, planeamento urbano e dos planos de loteamento das câmaras.

Elaborado num período de dois anos, o estudo contou também com a assistência técnica da ONU Habitat, o apoio do Instituto Nacional de Estatísticas, (INE) e do Instituto Nacional de Gestão do Território, (INGT).

A cerimónia de apresentação aconteceu esta tarde, na Cidade da Praia , e foi presidida pela representante das Nações Unidas em Cabo Verde, ministra do das Infra-estruturas e Ordenamento do Território e pelo ministro das Finanças e vice-primeiro-ministro.

Com Inforpress

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