Ainda restam esperanças. O Procurador da República Óscar Tavares avançou ontem à imprensa que acaba de pedir apoio da Polícia Internacional no sentido de ajudar o país a desvendar os casos de desaparecimento das crianças na cidade da Praia. O PGR não identificou a nacionalidade dos policiais, por questões de segurança.
Óscar Tavares disse ainda que as autoridades nacionais estão a pedir apoio da Polícia Internacional porque, no âmbito das investigações, acabaram confrontados com questões com as quais não estão preparadas e nem habituadas a lidar.
Misterioso, o PGR revelou que “estiveram policiais de outros países a nos auxilar e com outras experiências no terreno. Findo esse periodo avaliamos com a Polícia Judiciária a possibilidade do apoio em outras áreas de intervenção da cooperação policial”.
Por agora Óscar Tavares prefere não indicar em que altura os policiais internacionais estarão em Cabo Verde de modo a evitar questões que tem a ver com a segurança, adiantando que no final do processo, os caboverdianos poderão ter informações sobre o assunto.
O primeiro caso aconteceu em finais de agosto 2017. Edine Jandira Robalo Lopes Soares, de 19 anos, que saiu de casa para levar o filho de um meses ao médico e nunca mais foi vista.
Recorda-se que Edvânea Gonçalves, 10 anos, desapareceu em novembro do bairro Eugénio Lima, quando foi fazer um recado a poucos metros de casa e não voltou a ser vista.
Em janeiro de 2018 foram encontradas num bairro dos arredores da capital cabo-verdiana ossadas de uma pessoa que ficou identificada como sendo do sexo feminino. Na ocasião a Polícia Judiciária teria afirmado que as ossadas pertenciam a um corpo de uma mulher adulta. Passados seis meses, esta mesma polícia veio a público dizer que as ossadas eram da Edvânea Gonçalves.
A polícia judiciária não explicou ao país como terá chegado a esta conclusão. Certamente o segredo das investigações não permitiram. Isto, apesar de alguns meses antes o PGR, Óscar Tavares, ter afirmado ao país que informações que as investigações haviam conseguidos até aquela altura, indicavam que as crianças desaparecidas se encontravam com vida.
O ultimo registo de desaparecimento são as crianças, Clarisse Mendes (Nina), de 9 anos, e Sandro Mendes (Filú), de 11. Estas saíram de casa no dia fevereiro de 2018 para ir à loja e não regressaram.
A situação tornou-se alarmante, tendo deixado a sociedade caboverdiana abalada. Pelo que motivou reações dos orgãos de soberania, congregações religiosas.
Ainda hoje não se sabe se os desaparecimentos estão relacionados com redes de tráfico de pessoas. Enquanto isso os familiares das vitimas continuam sofrendo, alimentando esperanças de que um dia as crianças possam aparecer com vida.
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