CMP e vendedeiras do mercado do Plateau em guerra aberta
Sociedade

CMP e vendedeiras do mercado do Plateau em guerra aberta

 

A Câmara Municipal da Praia (CMP) quer introduzir mais higiene e disciplina no maior mercado de produtos alimentares de Cabo Verde. As vendedeiras entendem que as ordens da edilidade estão a prejudicar as suas vidas, profissionais e familiares. Os protestos já começaram. Hoje mais de duas dezenas de vendedeiras não trabalharam porque foram impedidas de entrar no mercado.

O descontentamento no seio das vendedeiras é quase generalizado. A maioria não quer trabalhar com a balança introduzida pela Câmara Municipal da Praia (CMP), mas também insistem em não acatar as ordens sobre a proibição de entrar com baldes e ajudantes para as ajudar nas vendas dentro do mercado.

A CMP, por sua vez, justifica as medidas com a necessidade de se introduzir mais disciplina e higiene no mercado.

E hoje, mais de duas dezenas de vendedeiras ficaram sem trabalhar porque foram impedidas de entrar no mercado com as suas baldes ou ajudantes que normalmente as auxiliam nas vendas.

Descontentes com esta medida, dirigiram-se imediatamente aos Paços do concelho, na praça Alexandre Albuquerque, com o intuito de falar com o presidente da Câmara Municipal, Óscar Santos, sobre a situação.

Tal intento não foi, no entanto, possível, porque segundo informaram ao Santiago Magazine, os fiscais as impediram de aproximar do edifício.

Por isso, ficaram na praça e nas imediações do mercado municipal manifestando o seu descontentamento.

Uma vendedeira, residente em São Martinho Pequeno, já sexagenária, disse ao Santiago Magazine que todos os dias faz-se acompanhar da filha, para ajudá-la nas tarefas de venda, nas contas, nas arrumações, e que hoje não trabalhou porque as duas foram impedidas de entrar no mercado.

“Minha filha não tem outra ocupação e esta é uma forma dela trabalhar e me ajudar nesta idade”, disse, acrescentando que ficou surpreendida com esta medida da CMP.

Questionadas se sabiam desta medida, as vendedeiras disseram que não. “No caso das balanças sim, mas já em relação à proibição de entrar com ajudantes e com baldes isto ninguém nos informou”, reclamam em uníssono, para acrescentar que “o balde é a nossa pasta de trabalho, onde transportamos as ferramentas necessárias para o nosso ofício de vendedeira”.

As vendedeiras do mercado municipal do Plateau não maioritariamente chefes de família e têm nesta actividade a sua única fonte de rendimento.  

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