No reinado de Anildo Morais, ex-Chefe de Estado Maior das Forças Armadas, o seu primo, Armindo António da Graça, resolveu oferecer bens públicos pertencentes as FACV. Apanhado, ao contrário do que poderia suceder com qualquer outro que não tivesse o “chapéu de chuva” de um primo, foi somente advertido com uma repreensão. Um outro exemplo dos “yes man” é o do atual adjunto da Primeira Região Militar e ex-Diretor do Centro de Instrução Militar (Morro Branco), que utilizou indevidamente a celebre Caixa 2.
Não é por acaso que inquéritos de opinião mostram que as Forças Armadas são das instituições mais respeitadas pelos cabo-verdianos. Isso é importante nos dias de hoje. No entanto, não é isso que o poder politico e militar deixa transparecer para a opinião pública, ao permitir a continuação de situações que “roçam” a ilegalidade.
De facto, políticos e a hierarquia militar não estão interessados em acabar com as Forças Armadas, mas não criam, nem dão condições para que elas existam.
As forças armadas em qualquer país têm uma finalidade da qual decorre outra: garantir a soberania e defesa da nação quando sujeita a um ataque militar exterior. Mas, para que possam exercer esta finalidade, as forças armadas devem ser credíveis através do exercício do poder de dissuasão, ou seja, de levar um possível atacante a pensar duas vezes sobre se valerá a pena o ataque.
As nossas Forças Armadas (o Exército e a Guarda Costeira) não satisfazem a nenhum destes requisitos: nem nos defendem nem dissuadem ninguém de nos atacar.
Apesar de ser uma das instituições mais credíveis em Cabo Verde, as nossas Forças Armadas estão em queda acentuada. Militares e os cidadão cabo-verdianos estão, cada vez mais, desacreditados na instituição, devido às várias atitudes negativas, fomentadas pelo poder.
Na realidade, quem, como nós, militar na reforma não pode aceitar que a instituição se esteja a transformar, aos poucos e poucos, em “job for the boys” e para os familiares das altas patentes e de alguns políticos.
No reinado de Anildo Morais, ex-Chefe de Estado Maior das Forças Armadas, o seu primo, Armindo António da Graça, resolveu oferecer bens públicos pertencentes as FACV. Apanhado, ao contrário do que poderia suceder com qualquer outro que não tivesse o “chapéu de chuva” de um primo, foi somente advertido com uma repreensão. Um outro exemplo dos “yes man” é o do atual adjunto da Primeira Região Militar e ex-Diretor do Centro de Instrução Militar (Morro Branco), que utilizou indevidamente a celebre Caixa 2.
Ao contrário destes dois exemplos de anomalias, que roçam a ilegalidade e que deveriam ter sido punidos em função da eventual ilegalidade cometida, o major (Graduado) Job Lima Gomes, Promotor de Justiça junto do Tribunal Militar de Instância, foi afastado das suas funções, que até aí cumpria de uma forma honesta e escrupulosa, por ter dado uma entrevista A Nação, sobre o incidente que vitimou militares que se deslocavam para a Serra Malagueta em missão de combate a um incêndio.
Isto para já não falar do ex-militar que foi abandonado pela instituição e que, hoje em dia, vive nas ruas do Mindelo, à custa da “caridade do próximo”.
Tudo isto nos espanta. A única conclusão que podemos tirar é que os Chefes de Estado Maior das Forças Armadas estão mal assessorados e dependentes dos “yes man”. A maioria juristas sem os conhecimentos necessários para as funções que desempenham.
No caso do major (Graduado) Job Lima não se justifica a “punição” por ter dado uma entrevista. Para nós, esses “yes man” não olham a meios para atingir os fins. E, esta tenha sido a forma encontrada para “tirar da frente” potenciais candidatos às vagas de Promotor e Presidente do Tribunal Militar de Instância?
Meus senhores, sejamos coerentes. Não devemos colocar os nossos interesses pessoais acima da instituição!
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