A nova saga dos algozes do PAIGC/CV contra Dr. Carlos Veiga
Ponto de Vista

A nova saga dos algozes do PAIGC/CV contra Dr. Carlos Veiga

Os algozes do regime de partido único fazem circular na rede social, um post da autoria de Helena Fontes, num acto desesperado negando a história que eles próprios protagonizaram e deitar a culpa a “um bode expiatório”, Dr. Carlos Veiga, do ônus da barbárie cometida em São Vicente e Santo Antão, em pleno regime ditatorial do Paigc/cv em 1977.

Felizmente que, por mais que tentarem apagar a história, os algozes do Paigc/cv jamais conseguirão lograr o seu intento, porque encontrarão sempre aqueles que têm memórias para desmascarar e desmistificar essa tentativa.

O Dr. Carlos Veiga, nunca foi carrasco do regime de partido único, Paigc/cv, que vigorou em Cabo Verde de 1975 a 90. A sua nomeação a esse alto cargo na hierarquia judicial, de então, resulta da sua formação, da sua capacidade demonstrada como jurista e como cidadão pelo trabalho meritório que tem prestado na área da jurisdição, não como político, mas sim, como jurista conceituado, de entre os seus colegas de formação, pelo que não cola a tentativa de manchar o seu nome e a sua honra com práticas hediondas cometidas pelos carrascos do regime autoritário de 1975/90.

Os acontecimentos de 1977, nas ilhas de São Vicente e Santo Antão, foram protagonizados pelos seus autores, devidamente, identificados: a ORDEM para PERSEGUIR, PRENDER e TORTURAR cidadãos conotados com activistas da oposição ligados à UCID veio, directamente, da direcção superior do Paigc/cv e dos seus principais líderes.

O Dr. Carlos Veiga, na altura PGR, nada tinha a ver com esses acontecimentos.

A decisão para PERSEGUIR, PRENDER e TORTURAR foi política e não judicial.

O poder judicial civil foi, liminarmente, manietado e colocado fora de qualquer intervenção e sujeito à obediência do poder político. O então PGR, Dr. Carlos Veiga foi considerado fora da confiança política do então regime do Paigc/cv e o então presidente da República, Aristides Maria Pereira, retirou-lhe confiança política (expressão comum em regimes autoritários) e mandou nomear um Juiz que todos conhecemos e está vivo entre nós, o senhor Rui Araújo, para presidir um Tribunal Militar para julgar esses cidadãos que foram, barbaramente presos, torturados e acusados de crimes que nunca cometeram, apenas porque eram vistos como homens perigosos e activistas de um partido que estava em fase de se constituir, a UCID.

Esta é a verdade que tem que ser dita! Os carrascos do regime de partido único, Paigc/cv, que assumam a história sem complexos e nem pejos a fim de serem homens e tenham a hombridade de, ao menos, contar a verdade histórica ou então se calarem perante as evidências que são óbvias e cujas vítimas, muitas delas, ainda estão vivas e clamam pela justiça que nunca foi feita!

Atirar a culpa a um homem, Dr. Carlos Veiga, na altura PGR que não foi tido e nem achado, tendo sido afastado pelo poder político de então, de ter qualquer intervenção nesse processo é de uma covardia e de uma tamanha indecência que fazem arrepiar os cabelos. É injusto e antiético atribuir ao outro a culpa que é, inteiramente, nossa para se livrar dela e parecermos ser impolutos, atirando a lama da podridão àquele que não merece.

Ao contrário daquilo que os algozes do regime de 1977 tentam passar, foi, exactamente, por causa dessa situação humilhante para um PGR que se sentiu desautorizado, face ao poder político, que o Dr. Carlos Veiga deixou esse cargo e foi dedicar-se à advocacia, onde, posteriormente, teve que defender muitos cidadãos deste país perseguidos pelas autoridades do regime autoritário do Paigc/cv.

As vítimas de São Vicente e Santo Antão de 1977 eram todos civis. Não foram julgados e nem condenados pelos tribunais civis para que as leis não fossem cumpridas e os trâmites julgados não obedecessem a um julgamento justo. Sendo todos civis, foram julgados por um tribunal militar, cujos juízes eram todos, sem excepção, pessoas da inteira confiança política do regime de partido único Paigc/cv, reforçado ainda por um juiz nomeado para presidir esse tribunal, o senhor Rui Araújo, pessoa da inteira confiança política do então presidente da República.

A culpa não pode morrer solteira, por isso é jus dar a cada um o que é seu!

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