
O presidente da UCID, João Santos Luís, acusou hoje o Governo de implementar medidas para combater a pobreza “como expedientes” com o objectivo principal de “tirar dividendos políticos e promover o assistencialismo” em Cabo Verde.
O também deputado da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID, oposição) fez estas acusações durante a sua intervenção no debate parlamentar deste mês sobre Estratégia Nacional para Erradicação da Pobreza Extrema 2022-2026 em Cabo Verde, um tema que foi proposto pelo grupo parlamentar do Movimento para a Democracia (MpD, poder).
Considerou que a erradicação da pobreza é um desígnio nacional e que a pobreza assume diversas causas a depender do grupo social, sendo elas de origem estrutural ou conjuntural.
“Em se tratando de Cabo Verde a causa primária da pobreza se amplia por meio da má distribuição da riqueza nacional e falta de oportunidades provenientes da incapacidade do sistema do Governo instalados em conceber e implementar políticas económicas adequadas para que o país crie resiliência suficiente e consequentemente reduzir a dependência exterior”, apontou.
Por outro lado, prosseguiu, as medidas implementadas devem contribuir na geração de riquezas e criando trabalho com salário digno para que os cabo-verdianos possam resolver todos os seus problemas básicos e familiares.
“Cabe aos poderes instituídos criar as condições adequadas para que os cidadãos possam sair da pobreza e da pobreza extrema. Não se consegue combater a pobreza extrema a pobreza extrema e pobreza absoluta com programas assistencialistas como temos vindo a assistir nos anos pré-eleitorais mantendo as pessoas de mãos estendidas para depois tirar dividendos políticos em anos de eleições”, defendeu.
A UCID, segundo João Santos Luís, considera com excepção da protecção social obrigatória que deve ser assegurada pelo Estado relativamente aos idosos, pessoas com deficiência e acamadas, que não conseguem trabalhar, todas as restantes medidas desenhadas pelo Governo para o combate à pobreza no país “afiguram-se como expedientes para posteriormente tirar dividendos políticos”.
Afiançou ainda que a pobreza não pode ser combatida com expediente políticos meramente eleitoralistas, mas sim com investimentos estruturantes nos sectores económicos e educativos fortes a ponto de garantir a geração de riqueza nacional de criação de oportunidades para que as famílias que se encontrem na pobreza possam através do seu esforço conseguir ser economicamente independente.
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