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Sem apoio da oposição, presidente da CM de São Vicente diz não estar preocupado com destituição ou eleições intercalares
Política

Sem apoio da oposição, presidente da CM de São Vicente diz não estar preocupado com destituição ou eleições intercalares

O presidente da câmara de São Vicente disse hoje que está focado no trabalho em prol dos sanvicentinos, numa câmara “estável e muito organizada”, e que lhe passa ao lado questões como destituição, confiança política ou eleições intercalares.

Augusto Neves, que falava em conferência de imprensa, na sequência de uma outra dada por cinco vereadores da câmara, sendo três da UCID e dois do PAICV, na semana passada, reforçou que tem pautado pela “harmonia e tranquilidade” na condução dos destinos da câmara, mesmo desta vez em que os sanvicentinos decidiram dar uma maioria relativa.

Na quinta-feira, 22, cinco vereadores eleitos nas listas da UCID e do PAICV dos nove que compõe o colégio camarário de São Vicente decidiram retirar a confiança política ao presidente da câmara e ameaçaram com ‘impeachement’, destituição e perda de mandato.

Hoje, Augusto Neves veio dizer que “não está preocupado” com destituição e eleições intercalares, por não serem da competência dos vereadores, por haver legislação e outras entidades envolvidas e que os vereadores “não têm confiança política para dar nem para retirar”.

“Isto não me preocupa, vamos continuar a fazer o nosso trabalho até as coisas se acalmarem porque o povo quis dessa forma e assim vamos trabalhar com toda a responsabilidade”, reforçou o autarca, para quem os partidos da oposição devem respeitar a vontade do povo.

Para Neves, os vereadores saídos das últimas eleições devem preparar-se para “juntos” trabalhar para a ilha “com humildade”, pois a câmara “sempre funcionou com responsabilidade, transparência e inteligência, independentemente de os trabalhadores serem doutores ou não”.

Considerou ainda que “a arrogância e as ambições desmedidas são prejudiciais” às aspirações de um povo “honesto e trabalhador”.

Sobre as condições de trabalho que o grupo de cinco vereadores consideram discriminatórias em relação às dos seus colegas afectos ao MpD, o presidente da câmara disse que se encontra em curso o processo de aquisição de computadores, que se processa através da contratação pública, com pesquisas do mercado, mas que “deve estar já na fase final para a aquisição”, e que os vereadores têm conhecimento do processo.

Em relação a competências não atribuídas, outra reivindicação do grupo, Augusto Neves respondeu que “ter pelouro é ter competência”, mas que delegação de poderes “é outra coisa”, uma competência do presidente que pode ou não delegar poderes.

“Mas quando é distribuído um pelouro a um vereador este tem um campo de acção vastíssimo para trabalhar”, reforçou, mostrando-se “à-vontade para conversar com todos”, já que a câmara de São Vicente “está a funcionar na legalidade e com toda a tranquilidade.”

“São atritos desnecessários, poderíamos estar muito mais avançados, mas não tenho dificuldade em trabalhar numa câmara com maioria relativa, aliás isso foi feito durante dois mandatos, sem dificuldade, portanto estamos abertos a discutir, mas com argumentação e clareza”, finalizou Augusto Neves.

O órgão municipal câmara saído das eleições autárquicas do passado dia 25 de Outubro em São Vicente é constituído por nove vereadores, sendo quatro do Movimento para a Democracia (MpD), presidente da câmara incluído, três da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID) e dois do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV). 

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