O líder da bancada municipal do PAICV considerou hoje “falsa” a denúncia do MpD sobre a alteração do orçamento da câmara da Praia para 2021, acusando a oposição de tentativa de descredibilização da actual gestão.
Aquiles Barbosa, líder da bancada municipal do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), em conferência de imprensa, na Cidade da Praia, reagia a uma denúncia dos deputados municipais do Movimento para a Democracia (MpD), que prometeram intentar uma acção judicial junto do Tribunal de Contas (TC) para pedir a suspensão do orçamento de 2021, por alegadamente estar “ferido de ilegalidades, com falhas grosseiras e erros monumentais”.
“Estas acusações da oposição autárquica resultam em primeiro lugar do facto de o MpD nunca se ter conformado com a decisão do povo de retirar a confiança ao partido e escolher Francisco Carvalho como presidente da Câmara Municipal da Praia, e, em segundo lugar, uma estratégia montada para desacreditar a nova equipa camarária”, declarou.
A oposição municipal, segundo este responsável, tem estado a dar sinais que indicam que “ainda não digeriram bem” a “opção clara” dos munícipes em escolher novos responsáveis para administrar este “importante município”, afirmando que o MpD está a criar dificuldades para impedir o normal funcionamento da câmara municipal e o cumprimento dos compromissos com os praienses.
Lembrou que a actual equipa camarária liderada pelo Francisco Carvalho decidiu partilhar nas redes sociais em tempo real a sessão da Assembleia Municipal da Praia para permitir, “pela primeira vez”, que os cabo-verdianos pudessem acompanhar a sessão e a aprovação dos dois principais instrumentos de gestão municipal.
Aquiles Barbosa elucidou, no entanto, que não alteraram o teor do orçamento, conforme as declarações do MpD, mas sim corrigiram “algumas gralhas” que foram percebidas durante a discussão do documento e que o que foi aprovado na altura é o que foi publicado no Boletim Oficial.
“Durante a discussão do orçamento, notou-se que havia algumas gralhas, são coisas normais, para quem trabalha com números, planilha de Excel, sabe que um número é suficiente para alterar toda a planilha, mas o importante do orçamento é o montante global e o deficit, estes não foram alterados e nenhuma outro politica que estava no orçamento foi alterada, foi sim corrigidas gralhas que foram percebidas no momento da discussão e ficou assente que estas gralhas iriam ser corrigidas pela câmara”, declarou.
Garantiu, neste sentido, que “não houve falsificação” do orçamento e que a aprovação do mesmo é fruto de uma “profunda discussão com propostas e sugestões para a sua melhoria” e que “cumpre rigorosamente” o estabelecido na lei e suporta a acção e o funcionamento dos órgãos autárquicos.
“Tentam descredibilizar a câmara, passando a imagem que a câmara está desorganizada e ninguém mais sabe nada sobre o orçamento”, frisou, referindo que a correcção não podia ser feita durante a discussão, porque se tratava de gralhas que precisam de correcção que devia ser feita por técnicos.
Acusou, por outro lado, a bancada municipal da oposição de durante o debate ter mostrado indisponibilidade para discutir orçamento na generalidade, frisando que o interesse da bancada municipal do MpD era de não deixar passar as políticas públicas porque são medidas que melhoram a vida dos munícipes.
A partir de agora, alertou o deputado municipal, as “manobras de teatralização e diversão” não irão funcionar porque, justificou, a nova equipa camarária escolheu “a transparência, a verdade e a cultura organizacional como sua bandeira”, cultivando os “princípios do respeito pela inteligência” dos cabo-verdianos para governar o município.
Aquiles Barbosa afirmou ainda que o PAICV aguarda serenamente o pronunciamento do Tribunal de Contas e do Ministério Público sobre este assunto, mostrando-se convicto de que as referidas instituições irão cumprir o seu papel e esclarecer a situação.
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