O presidente da Comissão Política Regional do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV) de Santiago Norte, António Fernandes, disse que o Governo tem estado ausente em investimentos públicos para beneficiar a população.
O responsável fez estas declarações no segundo encontro da assembleia regional ordinária do PAICV da Região Santiago Norte, realizado em Assomada, e que contou com a participação de 300 delegados para discutir a situação política na região e aprovar os instrumentos de gestão, ou seja relatório de actividades e contas do ano de 2018 e plano de actividades para 2019.
António Fernandes sublinhou que neste momento regista-se que Governo tem sido ausente em investimentos públicos para beneficiar a população em Santiago Norte, já que diz ter constatado o “desinvestimento no sector de agricultura”.
Também a nível de “bolsas crescente de pobreza extrema” outras com “dificuldades em levar a panela ao lume” e o “desemprego que tem crescido de forma galopante” em Região Santiago Norte.
António Fernandes acusou o Governo de usar “medidas de propagandas” para “tentar esconder a falta de resposta” a nível da região e, como consequência, assinalou, tem também registado movimentos sociais que estão a demonstrar “de forma contundente” a “insatisfação”, tendo citado como exemplo o caso do Tarrafal.
Sublinhou, entretanto, que Santiago Norte deveria ter uma “atenção melhor” porque encontra-se “na cauda da simetria regional” em Cabo Verde, com “todos os indicadores estão abaixo do nível nacional”.
“Isso deveria interpelar o Governo sobre qual a estratégia no sentido de confirmar investimentos para Santiago Norte”, concretizou.
Avançou que com esta assembleia regional, que também tem “um cunho estratégico” do ponto de vista do ano 2019, que é um ano pré-eleitoral, pretendeu-se reformular todas as estratégia para o corrente ano, que classificou de “muito importante”, que é fazer eco junto da opinião pública para “despertar atenção de todos, até do Governo”.
Por seu turno, a presidente do PAICV, Janira Hopffer Almada, disse que desde às eleições legislativa em 2016, o PAICV tem feito “um grande investimento” na estrutura, afirmando com “grande percurso e caminhada” e que já permitiu renovar as estruturas regionais sectoriais, mas também federações das autarcas do PAICV.
Destacou que o importante é que a estrutura esteja “a funcionar bem” e a levar aos cabo-verdianos a “realidade do País”, aquela que “a maioria pretende esconder”.
Lembrando que o foco tem que estar concentrado “no poder do povo, no interesse colectivo” e na promoção do “bem comum”, a responsável acrescentou que é “importante” que as estruturas “funcionam bem” , de modo que possam ter uma “oposição construtiva”, que não só mostra a realidade do país como ainda apresenta a visão para Cabo Verde.
Segundo a líder do PAICV, o “grande foco” é servir Cabo Verde, ao contrário do actual poder que “não está a servir Cabo Verde”, acrescentando que o Governo tem “falhado em todos os seus compromissos” com os cabo-verdianos.
Entretanto, Janira Hopffer Almada declarou que o crescimento “não está ser aquele que foi prometido”, como a criação de emprego, segurança e a dívida pública, esta última que “continua a aumentar”, contrariamente às promessas de campanha.
Sublinhou que para a ilha de Santiago, especialmente o seu interior, o Governo disponibilizou 560 mil contos, enquanto utiliza “mais de 600 mil contos para deslocações e estadias”.
“Temos um Governo que não é sensível e não tem rosto humano e as famílias cabo-verdianas, infelizmente, estão a sentir no seu dia-a-dia, e as empresas continuam a espera da taxa zero que lhes foi prometida”, concretizou Janira Hopffer Almada.
Com Inforpress
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