Um grupo de jovens do concelho de São Miguel procurou Santiago Magazine para denunciar atos que consideram corruptos e anunciadores de favoritismo no processo de nomeação de trabalhadores municipais, praticados pelo presidente, Herménio Fernandes.
O grupo, que não quis se identificar por medo de “represálias e apontar de dedo”, avança logo com nomes de três pessoas que, na sua opinião, foram favorecidas na nomeação em detrimento de outras – Claudino Furtado Lopes, Edilson Manuel Brito e Michel Platiny Silva Landim.
Os denunciantes afirmam que Claudino Furtado Lopes não passou no concurso de recrutamento que a Câmara Municipal havia realizado, e mesmo assim acabou nomeado como agente operacional nível 2, exercendo as funções de fiscal.
Por seu turno, Edilson Manuel de Brito e Michel Platiny Silva Landim, também nomeados para trabalhar na Câmara Municipal, nem sequer participaram no referido concurso porque não reuniam os requisitos necessários para o efeito.
Com efeito, Santiago Magazine teve acesso à lista dos indivíduos que foram aprovados no referido concurso, e de facto, os nomes apontados pelos denunciantes não constam entre os selecionados. Nem o Claudino está entre os aprovados, e muito menos o Edilson e o Michel constam sequer na lista dos candidatos.
A crer nas palavras dos denunciantes, há um descontentamento generalizado em São Miguel. Sobretudo no seio de alguns jovens que ficaram na posição de suplentes e que ainda sonhavam com a possibilidade de serem recrutados, havendo vagas suplementares ou desistências. Mas não, ao invés, são surpreendidos com pessoas que sequer participaram no concurso e outro que saiu reprovado.
Os princípios éticos da administração pública são claros, e aqui, de facto, "houve violação dos direitos dos jovens candidatos ao concurso e também dos regulamentos que norteiam o funcionamento das instituições públicas", observa o grupo.
Para os denunciantes, mais do que corrupção, este ato configura abuso do poder na Câmara Municipal liderada por Herménio Fernandes, a quem acusam "de contratar pessoas amigas, simpatizantes e militantes do MpD, deixando para trás outros jovens com capacidade, violando flagrantemente os direitos destes".
Segundo estes jovens, tudo foi feito de forma silenciosa e só deram conta do logro quando saiu o Boletim Oficial, dia 28 de dezembro de 2018, com a nomeação dos referidos agentes.
Recorde-se que este concurso para a admissão de pessoal na Câmara Municipal de São Miguel esteve, desde o início, envolto em polémicas com reclamações tanto de candidatos como também da Bancada do PAICV na Assembleia Municipal, onde foi denunciado de que o processo pecava pela falta de transparência, com violações das regras do regulamento do concurso.
Santiago Magazine quis ouvir a versão da Câmara Municipal, mas não foi possível. Promete, no entanto, trazer a posição do edil Herménio Fernandes, na primeira oportunidade.
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