O líder da bancada do PAICV na Assembleia Municipal do Maio, Jovino Gomes, considerou hoje que a situação de transporte de mercadorias de e para a ilha, implementado pela transportadora Inter-ilhas tem sido “precária”, prejudicando principalmente os pequenos operadores.
Em declarações à Inforpress, Jovino Gomes assegurou que, apesar da ampliação e modernização do porto do Maio, que considerou “benéfico” para a ilha, mas que “não trouxe melhorias no serviço de transporte de mercadorias”, os pequenos operadores, sobretudo, sentem-se “injustiçados” com a companhia marinha Inter-ilhas.
Por esta razão, a mesma fonte defendeu que é preciso criar um itinerário e colocar um navio apropriado para transporte de mercadorias, que sirva toda a população, salientando que, neste momento, não existe nem horário e nem uma previsibilidade a este respeito, o que tem deixado as pessoas e acima de tudo os comerciantes “preocupados” sem saber o dia em que poderão transportar as suas mercadorias.
“É lamentável ver as pessoas a continuarem a somar avultados prejuízos com a perda das suas mercadorias, umas deixadas nos armazéns e outras que vão para o mar, por esta razão muitos estabelecimentos comerciais estão com prateleiras vazias, porque o navio não está a transportar mercadorias, por isso na ilha tem faltado tudo, incluindo os materiais para construção civil”, enfatizou.
Para aquele líder da oposição na Assembleia Municipal, a situação dos transportes de e para a ilha, embora se tenha falado que melhorou, ainda falta muito por fazer, e deu como exemplo casos de turistas e até emigrantes que tiveram de se deslocar à Cidade da Praia em embarcação de boca aberta para poderem apanhar voo internacional, tudo por causa da falta de programação de viagens por parte da empresa Inter-Ilhas.
Jovino Gomes sublinhou ainda que neste momento muitas pessoas estão com problemas em comprar bilhetes para daqui a duas semanas ou um mês, visto que não existe uma programação de viagens, acrescentando que os maienses estão a deparar com a subida generalizada de preços dos produtos, praticamente todos os dias, porque os comerciantes afirmam que estão a ter mais despesas a cada semana que conseguem trazer as suas mercadorias.
Considerando que isso não se deve à guerra na Ucrânia, mas sim por que os operadores económicos estão a ter despesas acima do normal no transporte das suas mercadorias, disse estar “preocupado” com a situação dos estivadores do porto do Maio, que estão, praticamente sem trabalho. A este propósito defendeu que o Governo deve rever o contrato e reunir com os operadores locais para conhecer o problema.
“Agora para trazer mercadorias paga-se por cada volume e a um preço superior do habitual e os que não podem alugar um carro ficam em desvantagem e no final são os consumidores a pagarem por tudo isso”, fez saber.
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