A presidente da Juventude da União Cabo-verdiana Independente Democrática (JUCID), em Santiago Norte, defendeu esta quarta-feira, 10, que há um “falhanço” das políticas públicas para a juventude na região, responsabilizando o Governo pela actual situação vivida pelos jovens.
Adalgisa Monteiro fez estas considerações em Assomada, Santa Catarina, durante uma conferência de imprensa para falar sobre as desvantagens das políticas públicas do Governo para a juventude e a situação dessa faixa etária em Santiago Norte.
Segundo a líder da JUCID, os jovens dessa região “estão submetidos à miséria” e os milhares que fizeram formação profissional/licenciatura nos seis municípios que compõem a região Santiago Norte estão no desemprego.
“Consideramos de fracassada a política pública para o emprego e empregabilidade, do acesso à habitação para juventude”, criticou, lembrando ao executivo que estágios profissionais não são empregos, perguntando onde estão os 45 mil postos de emprego prometidos.
Não obstante se congratular com alguns “casos de sucessos” de empreendedorismo jovem, Adalgisa Monteiro instou o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, a auscultar os depoimentos dos que “ficaram pelo caminho”, nos encontros que tem mantido nos últimos dias com os jovens da região.
Por tudo isso, perguntou ao ministro de Estado, Fernando Elísio Freire, tutela da pasta juventude, onde é que ficaram as “saudosas afirmações”: “Não vamos deixar ninguém para trás. Os jovens são as nossas prioridades para o desenvolvimento da sociedade justa e equilibrada”.
“A política de emprego e empregabilidade não existe para a juventude de Santiago Norte. Uma política só existe quando ela é clara e bem definida”, defendeu, sustentando que formação profissional e estágios profissionais não resolveram o problema do desemprego, mas, sim o “driblou”.
Para esta dirigente, a actual situação vivida pela juventude de Santiago não se deve à pandemia, mas, da “má política do executivo”, sustentando que o Governo não planeou e nem preocupou com os “pontos fortes e fracos” na implementação das políticas públicas para a juventude.
Daí o “falhanço”, que segundo a mesma fonte, deixou muitos jovens na pobreza, sem estudar, sem habitação condigna e sem acesso à água.
Adalgisa Monteiro conclui dizendo que, não obstante o actual Governo ter afirmado que a juventude não é uma classe separada, mas, que pela forma como a política pública encaminhou, não restam tem dúvidas que “juventude nunca foi prioridade deste Governo, mas sim uma fonte de benefício renovável”.
Comentários