O Presidente da República, José Maria Neves, confirmou esta quinta-feira, 23, que foi escolhido para liderar o Património Natural e Cultural em África, salientando que esta escolha representa “um ganho enorme” para Cabo Verde.
O chefe de Estado fez este anúncio durante a conferência de imprensa sobre o balanço da sua participação na Conferência Extraordinária dos Chefes de Estado e de Governo da CEDEAO e na Segunda Conferência dos chefes de Estado e de Governo da Comissão Climática para a Região do Sahel, em Adis Abeba, Etiópia.
José Maria Neves que irá suceder o anterior líder, o antigo presidente do Mali, Ibrahim Boubacar Keita, disse que a partir de agora assume a responsabilidade de a nível do continente africano liderar todo este programa de preservação do património natural e cultural.
“Na verdade, o nosso continente possui um património cultural riquíssimo e diversificado, alberga tesouros como as pirâmides de Egito, monumentos do Zimbabué e mausoléus de Tombuctu, mas este rico património material e imaterial nomeadamente músicas, línguas, dialectos e todo este património desempenha um papel fundamental na construção de fortes identidades culturais e valores partilhados em todo o continente”, declarou.
Salientou ainda que com esse potencial, se houver a “combinação, união de esforços e conhecimento”, podem ser construídas as “bases sólidas” que irão contribuir para o crescimento da esfera económica de forma inclusiva.
Considerou de igual modo que o continente africano é “muito rico” em paisagens, biodiversidade exuberante, que se pode tornar um destino para o turismo internacional, reconhecendo, no entanto, que todo este património esconde ainda muitas fragilidades que se traduzem em vulnerabilidades tanto ao nível de integridade física como de gestão e praticas naturais.
O Presidente da Republica afiançou neste sentido que há já toda capacidade institucional instalada e um “grande esforço” do continente africano no sentido da preservação do património natural e cultural, e que muitas internacionais estão se juntando a Unesco com foco no fortalecimento de medidas para preservar o ambiente natural e cultural da Africa.
“Será uma enorme responsabilidade e enquanto presidente de Cabo Verde juntamente com todos os meus pares africanos, vamos investir fortemente na preservação do património natural e cultural de toda a Africa”, afirmou, informando que Cabo Verde deverá apresentar os relatórios anualmente sobre a execução do seu plano de acção.
Destacou, por outro lado, que durante a sua liderança serão promovidas acções de reflexão sobre como promover a justiça climática e a equidade na África e para a África, reforçando que para isso terá de contar com todos os chefes de estado e do governo africano e todos os parceiros internacionais para em conjunto destacarmos o que de mais belo existe em Africa e o que de mais tênue, frágil existe e que merece atenção de todos.
“Pretendo a nível do continente ser acompanhado nesta tarefa por cinco vice-presidentes regionais, que integra sete países, África Austral dez países, África Oriental (14), África Ocidental (15) e África Central nove países”, realçou, indicando que com esta escolha haverá possibilidade de mobilizar muito mais recursos para o país e para o continente africano e de mobilizar parcerias conhecimentos e outros bens espirituais que no seu entender são fundamentais na preservação de todo o Património Natural e Cultural da Africa.
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