
O Presidente da República, José Maria Neves, considerou esta sexta-feira, 14, que Cabo Verde tem que acelerar passos no domínio da dessalinização, pois precisa de mais água como “pão para a boca”, sobretudo para a agricultura.
O chefe de Estado falava à imprensa, em Saltos Baixo, no município de Santa Cruz, na recta final da sua visita de dois dias à região Santiago Norte, com vista à promoção dos debates e sensibilização para as problemáticas da protecção dos oceanos e da segurança alimentar, onde manteve encontros com os agricultores e criadores de gado dessa localidade.
“Precisamos como de pão para a boca de mais água. Então, de um lado é preciso melhorar a gestão da água disponível, sendo certo que com a seca tem havido uma diminuição permanente da água, e, por outro, acelerar o passo no domínio da dessalinização para que os agricultores possam dispor de água suficiente para o desenvolvimento das suas activiaddes”, afirmou.
A falta de água, que considerou “dramática”, segundo José Maria Neves, afecta diferentes ribeiras e bacias hidrográficas do arquipélago, em particular a região Santiago Norte.
“Se repararmos nas diferentes ribeiras e bacias hidrográficas do País, a grande questão tem a ver com a escassez de água, e com a seca temos cada fez menos água no subsolo e é preciso encontrar soluções alternativas. O Governo vem falando na dessalinização de água para que os agricultores possam dispor de água suficiente para a agricultura e para pecuária, e nós só podemos viabilizar o desenvolvimento da agricultura e da pecuária se também podermos desenvolver o agro-indústria”, insistiu Neves.
O Presidente da República defendeu ainda a necessidade de maior apoio para o aumento da produção e da produtividade, que considerou “importante” para que possa haver mais rendimento nas actividades que os agricultores e pecuaristas desenvolvem nas diferentes ribeiras do País.
“Tomamos nota das reivindicações dos agricultores, e é claro que vamos junto do Governo ver a melhor forma de se encontrar soluções, ou, então acelerar o passo na resolução desses problemas”, comprometeu-se, reafirmando que a questão dramática da escassez de água é comum em todas as ribeiras e bacias hidrográficas em Santiago Norte.
Já os agricultores, além do problema de água, apontaram ainda como problemas que têm dificultado o desenvolvimento da agricultura nesse município do interior de Santiago o acesso ao financiamento para o sector, que segundo eles, não obstante os programas/garantias o Governo, ainda há muitas burocracias por parte dos bancos comerciais.
Tendo em conta que, segundo os agricultores de Santiago Norte, sem financiamento não vão conseguir fazer a transição de rega por alagamento para gota-a-gota e para uma agricultura de subsistência para de rendimento, propuseram a criação de um Banco de Desenvolvimento para apoiar os homens e mulheres do campo.
No entanto, estes empresários agrícolas lembram que a agricultura tem contribuído para o desenvolvimento do País.
No período da manhã, além do encontro com agricultores e criadores de gado de Chançona e Coqueiro, em Saltos Baixo (Santa Cruz), o mais alto magistrado da Nação manteve encontro responsáveis e agricultores associados da Associação Comercial Agrícola e Industrial Santiago (ACAISA), em Assomada, Santa Catarina.
Também, no período de manhã, visitou a barragem de Flamengos, em São Miguel, e terminou a sua visita de dois dias à região Santiago Norte com um encontro com apicultores da Ribeira dos Picos, em Santa Cruz.
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