Dois anos após a campanha genocida do governo de Benjamin Netanyahu, dados oficiais apontam mais de 67 mil mortos. Um número que, segundo vários especialistas, estará subestimado, havendo mesmo quem avente a possibilidade de o número exato se poder situar em 600 mil mortos.
Dois anos após a campanha militar que tem instalado o caos e o genocídio na Faixa de Gaza, números do ministério da Saúde do enclave apontam 67 mil mortos, entre eles 20 mil crianças. Um número que, segundo especialistas, estará abaixo da realidade, aventando-se a possibilidade de se situar nos 600 mil mortos.
A este número há ainda que juntar um outro, o dos feridos: 411 mil pessoas. E somente 14 hospitais se mantêm parcialmente em funcionamento, sobreviventes dos 36 que já existiram no enclave e foram destruídos pelas forças militares israelitas.
São dados da UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância) que avança, ainda: “Mais de 708 mil crianças foram privadas de educação. No final de agosto deste ano, a fome foi confirmada na cidade de Gaza, com um aumento de 500% de casos de subnutrição infantil aguda entre fevereiro e julho, e pelo menos 147 crianças já morreram de subnutrição", refere o último relatório desta agência da ONU. De salientar, ainda, que mais de 78 por cento (%) dos edifícios se encontram danificados, com a maioria da população a viver em campos de refugiados em condições de grande precariedade.
10% da população de Gaza poderá ter sido eliminada
No que respeita às mortes (oficialmente apontadas em 67 mil), os números estarão subestimados, uma previsão da prestigiada revista científica britânica The Lancet, apontando que o número de pessoas mortas pelo exército israelita poderá ser 70% superior, significando que Israel teria já eliminado 10% da população.
Por outro lado, a Relatora Especial das Nações Unidas para os Territórios Palestinianos Ocupados, a italiana Francesca Albanese, avançou que o número real de mortos poderá ser dez vezes superior ao número oficial indicado pelo ministério da Saúde do enclave.
Num cenário de fome declarada, após um mandado de detenção internacional emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) contra Benjamin Netanyahu (tendo marcado um ponto de viragem na condenação internacional ao regime sionista de Telavive, mas que não teve ainda qualquer efeito prático), a população de Gaza enfrenta um outro período crítico, com um possível acordo de paz entre o Hamas e Israel, mediado pelos Estados Unidos da América (que é o proponente), Qatar, Egito e Turquia, que está a ser negociado no Egito. No entanto, paralelamente, desde 01 de outubro, após avisos e ameaças de evacuação compulsiva, o governo de Netanyahu, ao invés de abrandar os ataques no período em que decorrem negociações, considera aqueles que decidem permanecer na cidade de Gaza como “terroristas ou cúmplices de terroristas”.
C/ Queralt Castillo Cerezuela e Pablo Elorduy
Foto: Captura de imagem / Facebook
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