No balanço das jornadas parlamentares, já sob a liderança de Clóvis Silva, o PAICV anunciou que vai utilizar todos os instrumentos parlamentares disponíveis para investigar o problema dos cortes de energia, e exigir do Governo as respostas que os cabo-verdianos merecem.
“Já ninguém aguenta este sofrimento por um bem tão essencial”, disse o novo presidente do Grupo Parlamentar do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), Clóvis Silva, anunciando que o seu partido vai propor, em sede de Assembleia Nacional, a abertura de um inquérito para apurar as causas e responsabilidades por esta crise que tem mergulhado a ilha de Santiago no escuro e paralisado a vida económica e social.
Clóvis Silva deixou claro que o grupo parlamentar não vai ficar calado perante o “caos energético” que o país atravessa.
“Estamos a falar em levar as questões políticas para o debate parlamentar, interpelarmos o Governo, debatermos e utilizarmos todos os meios de investigação que o Parlamento põe à disposição, para que sejam apuradas as verdadeiras causas desta crise. Há informações que não nos estão a ser dadas e há verdades que estão a ser escondidas dos cabo-verdianos”, afirmou.
Povo merece ser tratado com franqueza
O líder parlamentar defendeu, ainda, que o Governo deve explicações claras ao país e apelou à transparência na gestão da Electra.
“Se há manutenção, queremos ver o plano e saber se foi cumprido. Se há problemas de tesouraria, queremos conhecer a real situação financeira. O povo merece ser tratado com franqueza”, sublinhou Clóvis Silva.
O líder do Grupo Parlamentar do PAICV, alertou também para os graves impactos económicos desta crise, destacando que as pequenas e médias empresas estão a ser as mais sacrificadas.
“As pequenas e médias empresas estão desesperadas. Ninguém imagina que, ao investir num pequeno negócio, tenha de se preparar para viver sem energia. A energia é um bem essencial, reconhecido por lei, e deve ser tratada como tal”, destacou.
Informações contraditórias levantam dúvidas
Para Clóvis Silva, o atual cenário revela um problema sistémico de planeamento, manutenção e gestão financeira, e levantou dúvidas sobre as informações contraditórias divulgadas pela administração da Electra.
“Há pouco tempo ouvimos o responsável administrativo da Electra dizer que houve lucro de mais de 300 mil contos. No entanto, o Governo acaba de conceder um aval de 600 mil contos à mesma empresa que diz ter lucro. Alguma coisa não está bem. Alguma informação não é verdadeira”, concluiu o líder parlamentar do PAICV.
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