Outros Mundos

O Ministério Público (Procuradoria) de Milão, na Itália, determinou a abertura de uma investigação contra cidadãos italianos que, nos anos 90, terão participado em alegados safaris para caçar seres humanos, durante a Guerra da Bósnia

A imprensa italiana, que avançou com a notícia que está a provocar escândalo e grande comoção nacional, refere que cerca de uma centena de pessoas com gosto por armas e ligações à extrema direita, pagavam entre 80 a 100 mil euros por um fim de semana em Sarajevo, nos anos 90, para disparar contra civis por mera diversão. Uma caçada onde as crianças eram os alvos com mais valor.

“Estamos a falar de pessoas com dinheiro, com reputações a manter, homens de negócios, que, durante o cerco de Sarajevo, pagaram para matar civis desarmados”, diz o jornalista italiano Ezio Gavazzeni (autor da queixa), acrescentando: “depois, regressavam [a casa] e continuavam com as suas vidas normais”, explica o jornalista.

Segundo a queixa do jornalista de investigação, as viagens de fim de semana seriam feitas entre a cidade italiana de Trieste e Belgrado, através da companhia aérea sérvia Aviogenex.

Os caçadores de seres humanos eram, depois, levados para as colinas em torno de Sarajevo. Os extremistas de direita pagavam o valor a milícias sérvias para se tornarem “atiradores por um fim de semana”. Estima-se que, no total, tenham sido mortas mais de 11 mil pessoas.

A investigação em curso, aberta na sequência da queixa apresentada por Ezio Gavazzeni, com a ajuda de dois advogados e de um antigo magistrado, procura agora identificar os participantes nestes repugnantes homicídios.

C/SIC Notícias
Foto: Captura de imagem/Facebook