As Nações Unidas alertaram esta terça-feira, 8, para a dificuldade de mobilizar fundos para a grave situação humanitária na Somália, devido ao facto de a invasão da Ucrânia pela Rússia estar a mobilizar todas as atenções internacionais.
A ONU disse estar “extremamente preocupada” com a dificuldade de mobilização de fundos para os 4,5 milhões de somalis afetados atualmente pela seca, um número maior que os 3,2 milhões registados em dezembro.
Com apenas 3% dos 1,46 mil milhões de dólares (1,23 mil milhões de euros) que a ONU diz serem necessários para satisfazer as necessidades da Somália em 2022, Adam Abdelmoula, o humanitário da ONU na Somália, disse que estava “extremamente preocupado” e apontou: “As projeções indicam que a próxima estação chuvosa em abril poderá também estar abaixo da média, por isso se não agirmos rapidamente, poderemos continuar numa situação extrema até junho”, disse o responsável, citado pela agência francesa de notícias, a France-Presse (AFP).
Em 2017, a mobilização humanitária precoce impediu uma situação de fome na Somália, em contraste com 2011, quando 260.000 pessoas – metade das quais crianças com menos de seis anos – morreram de fome ou de doenças relacionadas com a fome.
Mas o problema não é só a Somália, a fome afecta todo o sudeste africano. Segundo a Agencia Brasil, 13 milhões de pessoas estão passando fome na Etiópia, no Quênia e na Somália devido à seca, a pior desde 1981, conforme sublinhou hoje (8) o Programa Mundial de Alimentos (PMA) da Organização das Nações Unidas (ONU).
"A situação requer intervenção humanitária imediata e apoio contínuo às comunidades a fim de construir sua resiliência para o futuro", disse o diretor do PMA para a região, Michael Dunford.
Após três estações chuvosas consecutivas, mas com menos quantidade de chuva que o habitual, as colheitas de milhões de agricultores estão destruídas e muitos animais domésticos morreram, obrigando as famílias a abandonarem suas casas e causando aumento dos conflitos intercomunitários.
"As colheitas foram destruídas, o gado está morrendo e a fome aumenta à medida que a seca recorrente atinge o Sudeste Africano", disse Dunford.
Fonte: Expresso.pt e Agencia Brasil
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