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Costa consegue segunda maioria absoluta para o PS. Mas, cuidado, a extrema-direita cresceu em Portugal
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Costa consegue segunda maioria absoluta para o PS. Mas, cuidado, a extrema-direita cresceu em Portugal

A imprensa portuguesa não esconde que esta segunda maioria absoluta do PS nas eleições em Portugal surgiu inesperadamente. António Costa, que sozinho segurou a esquerda no poder, ante a retumbante derrota do Bloco de Esquerda e da CDU (Partido Comunista), prometeu dialogar, e anunciou um Governo "mais enxuto".

Os resultados da noite eleitoral deste domingo, 30, em Portugal deram a maioria absoluta ao Partido Socialista, liderado por António Costa, que garantiu até agora 117, sem os círculos da emigração (onde há dois anos os quatro mandatos foram divididos entre PS e PSD) - menos do que os 121 de Sócrates, que tinha dado ao partido rosa a sua primeira maioria absoluta.

O Parlamento português está assim dividido: PS com 41,7% (117 deputados), PSD com 29,2%, juntando as coligações nas ilhas (76 deputados), Chega com 7,2% (12 deputados), IL com 5% (8 deputados), BE com 4,5% (5 deputados), CDU com 4,4% (mas 6 deputados), CDS com 1,6% (0 deputados), PAN com 1,5% (1 deputado) e Livre com 1,3% (1 deputado).

Nota-se aqui uma queda abrupta dos restantes dois partidos de esquerda que formaram a tal “geringonça”, Bloco de Esquerda e PCP-CDU, que baixaram a cinco e quatro deputados, respectivamente, abaixo do Chega e da Iniciativa Liberal. Estes dois partidos da direita, mais o PSD, mostram como a direita está a crescer em Portugal, facto que indicia uma mudança no espectro político no país ibérico, na medida em que a grande votação no partido da extrema-direita Chega, que alcança o terceiro lugar entre os partidos mais votados (ultrapassando históricos como o PCP e CDS) inquieta a Europa e o mundo.

Para já, e de imediato, António Costa, que com essa vitória consegue sozinho segurar a esquerda no poder, prometeu que vai chamar todos os partidos para dialogar. Mas menos o Chega. “Uma maioria absoluta não é o poder absoluto, não é governar sozinho. É uma responsabilidade acrescida e governar é governar com e para todos os portugueses”, disse Costa, que ainda acrescentou que “esta maioria será de diálogo com todas as forças políticas que na Assembleia da República representam os portugueses na sua pluralidade”. Outra vez, menos o Chega, de resto, uma promessa de campanha que Costa mantém de pé.

A outra promessa é que o seu Governo será “seguramente mais enxuto, mais curto, uma verdadeira task force para a recuperação e o progresso”.

 

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SOBRE O AUTOR

Hermínio Silves

Jornalista, repórter, diretor de Santiago Magazine