Apagões: Governo reconhece problemas e EPEC garante normalidade na próxima semana
Economia

Apagões: Governo reconhece problemas e EPEC garante normalidade na próxima semana

O ministro da Indústria, Comércio e Energia reconheceu nesta quinta-feira, 04, os transtornos provocados pelos cortes no fornecimento de energia. Por sua vez, o presidente do Conselho de Administração da EPEC garantiu que a normalidade será retomada já na próxima semana.

À margem de um encontro com deputados do Grupo Parlamentar do Movimento para a Democracia eleitos por Santiago Sul, o ministro da Indústria, Comércio e Energia, Alexandre Monteiro, reconheceu que há problemas e explicou que a causa das interrupções está relacionada com avarias, e não com a falta de capacidade instalada na produção de energia na ilha de Santiago, sublinhando que esta é superior à procura máxima.

Garantindo que o Governo está a acompanhar a evolução da situação e a apoiar os esforços para a normalização do serviço o mais rápido possível, Alexandre Monteiro destacou que investimentos em curso, como a expansão do parque eólico, que deverá entrar em funcionamento ainda este ano, irão duplicar a capacidade instalada, assegurando maior estabilidade no fornecimento.

“Já na próxima semana poderemos ter um quadro diferente e regressar à normalidade, se não surgir nenhum outro imprevisto”, afirmou o ministro da Indústria, Comércio e Energia, adiantando que as novas tecnologias, incluindo turbinas eólicas instaladas em torres mais altas, permitirão aproveitar ventos mais constantes e regulares.

Sem cortes, blackouts e roubo de energia

Por sua vez, o presidente do Conselho de Administração da Empresa de Produção de Electricidade de Cabo Verde (EPEC), Luís Teixeira, assegurou, em conferência de imprensa, também nesta quinta-feira, que a empresa “quer um sistema elétrico com alguma estabilidade”, mas que “essa questão de ligação clandestina também tem que fazer parte da solução”.

Para Luís Teixeira, é preciso “acabar com as ligações clandestinas, que juntando à questão das chuvas, além de prejudicar o sistema elétrico, torna-o mais perigoso”, preveniu.

“Temos que ter um sistema sem roubo de energia. Estamos a fazer de tudo para ter um sistema elétrico com alguma estabilidade. Queremos um país perfeito, sem cortes, sem blackouts, mas também tem que ser um país sem roubo de energia. Este é o apelo que faço. Há que haver um trabalho pedagógico e consciencialização das pessoas. Sozinhos não conseguimos, precisamos do apoio de todos”, apelou o PCA da EPEC.

Luís Teixeira avançou números, em matéria de perdas elétricas: a nível nacional regista-se cerca de 21 porcento (%) de perdas, na ilha de Santiago 31%, e Praia mais de 36% de perdas, sendo que grande parte delas se deve ao roubo de energia.

“Temos bairros com 80% de roubo de energia, mas neste bairro temos 20% de clientes. Enquanto empresa, não podemos deixar de dar energia a esse bairro por causa dos 80%, sabendo que estamos a dar também energia a pessoas que têm ligações clandestinas”.

Teixeira admitiu a impotência da empresa: “é uma guerra que sozinhos não vamos ganhar”, e apontou que, para tentar driblar a situação, a EPEC está a apostar nos contadores inteligentes, contadores pré-pagos para reduzir a dívida, mas também para controlar o consumo racional das pessoas”, explicitou.

C/Inforpress
Foto: Captura de imagem

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Redação