Um casal de cabo-verdianos morreu em um incêndio por causa do fogo no prédio onde morava, em Nice, França, mas os familiares estão revoltados com o “silêncio das autoridades” francesas e marcaram uma manifestação hoje para reivindicação.
Em vídeo publicado nas redes sociais, a irmã do rapaz de 28 anos, Patrícia Lopes, contou que tudo aconteceu no dia 13 de Agosto, quando um incêndio deflagrou no terceiro piso de edifício residencial de cinco andares, na cidade de Grasse, Nice, onde morava o irmão, a cunhada de 25 anos, e outros cabo-verdianos e pessoas várias nacionalidades.
Conforme Patrícia, para além do irmão que não estava em França há menos de um ano, e da cunhada que chegou ao país ainda não completou um mês, que no momento estavam a dormir, também há mais uma vítima mortal e outros feridos do incêndio no sudeste de França.
“Temos três pessoas que morreram, três gravemente feridas”, confirmou a própria autoridade francesa aos jornalistas no dia do incêndio, através do comandante do corpo de bombeiros da cidade de Grasse, Jean-Christophe Demarte.
“O meu irmão e a minha cunhada saíram do prédio mortos, mas até hoje não nos disseram nada”, desabafou, garantindo que vai até as últimas consequências para descobrir o que aconteceu.
“Estado de França tem-nos como um lixo. Nenhuma satisfação desde domingo (…). Não nos deram nenhuma satisfação dos nossos familiares. Não há Estado português, cabo-verdiano ou francês para chegarem em nós”, revelou, acrescentando que não estão a facultar informações, porque estão a investigar o caso.
Patrícia disse que já entraram em contacto com o consulado cabo-verdiano e Embaixada de Portugal, porque o irmão tinha nacionalidade portuguesa, mas até ao momento não teve nenhuma resposta “nem para perguntar como é que os familiares estão a enfrentar a situação”, assim como falou com um advogado para ver se conseguem alguma resposta.
Por toda essa situação, foi marcada para hoje uma manifestação com marcha do prédio onde ocorreu o incêndio, até a Câmara Municipal de Nice, a partir das 17:00 de França, para reivindicar por mais informações e resposta sobre o sucedido.
Conforme informações da imprensa local, as autoridades já identificaram um suspeito de ter provocado o incêndio, através das câmaras de vigilância, um homem, de nacionalidade francesa, de 47 anos e trabalhava no café que fica no rés-do-chão do mesmo prédio, tendo ficado em prisão preventiva como medida de coação, depois de ter sido presente ao juiz na sexta-feira, 17.
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