O espectáculo performativo “Ki Kre Txeu”, baseado na tradução dos sonetos de Camões por José Luiz Tavares, abre hoje a primeira edição do Festival Literário de Lisboa, que vai decorrer entre hoje e domingo, 09.
A informação foi confirmada à Inforpress pelo autor e, de acordo com a organização, o espectáculo “Ki Kre Txeu” é um convite para redescobrir a lírica camoniana traduzida pelo poeta José Luiz Tavares, em 2019, editada em volume com o título Ku Ki Vos.
O concerto será apresentado na Fundação José Saramago e inclui sonetos tão reconhecíveis quanto “Amor é um fogo que arde sem se ver…” (Amor é un lumi ki ta sende i ki ka ta odjadu) e outros menos conhecidos.
Em declarações à Agência de Notícias de Cabo Verde, José Luiz Tavares adiantou que no próximo dia 8 de Maio vai lançar a edição bilingue da “Ode Marítima”, do poeta português Fernando Pessoa, integrado também no festival de literatura de Lisboa.
A primeira edição do Festival Literário de Lisboa, uma iniciativa da Câmara Municipal de Lisboa, vai decorrer entre 05 e 09 de Maio em vários locais da cidade, e reunirá mais de 70 autores portugueses e estrangeiros.
Oficialmente designado Festival Internacional de Literatura e Língua Portuguesa – Lisboa 5L (porque quer promover a língua, a literatura, os livros, as livrarias e a leitura), o festival abre no dia em que se comemora, por decisão da Unesco, o Dia Mundial da Língua Portuguesa, 5 de Maio.
A programação do evento inclui debates, mesas de autor, concertos, cinema, performance, encontros e exposições, que decorrerão em espaços variados, que vão do Teatro São Luiz ao Museu da Farmácia, onde se realizarão os debates e mesas de autor, passando pelo Cineteatro Capitólio ou pelo Cinema Ideal, com algumas iniciativas a terem lugar ao ar livre, nas ruas e largos lisboetas.
José Luiz Tavares nasceu a 10 de Junho 1967, no Tarrafal, ilha de Santiago, Cabo Verde. Estudou literatura e filosofia em Portugal, onde vive.
Entre 2003 e 2020 publicou catorze livros espalhados por Portugal, Brasil, Cabo Verde, Moçambique e Colômbia.
Recebeu uma dezena de prémios atribuídos em Cabo Verde, Brasil, Portugal e Espanha, sendo o autor cabo-verdiano mais premiado de sempre. Não aceitou nenhuma medalha ou comenda, até agora.
Traduziu Camões e Pessoa para a língua cabo-verdiana. As obras do poeta estão traduzidas para inglês, castelhano, francês, alemão, mandarim, neerlandês, italiano, catalão, russo, galês, finlandês e letão.
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