O sistema de produção nacional tem alguns recursos, hoje ainda ou inexplorado, ou pouco explorado – Maio tem jazigos de mármore; possibilidade de exploração de indústria cimenteira que foram avaliados para uma exploração para cerca de duzentos anos; salineira; carvão vegetal; oportunidade extraordinária para instalação de indústria de conserva e transformação de pescado; praias balneares ideais para exploração de indústria turística … Santo Antão tem reserva á vista de pozolana… todas as ilhas têm potencialidades para serem exploradas e rentabilizadas e o pais é detentor de uma zona económica exclusiva marítima tão grande, como a superfície da França e para mais é um país jovem! – O sistema económico é baseado quase que exclusivamente no factor trabalho mas, o factor capital, o acesso ao investimento facilitado ás empresas, mais a inovação e criação de oportunidades aos jovens é que irá transformar estas ilhas e induzir um desenvolvimento económico inclusivo, nestas nove ilhas habitadas…
A forte presença “católica”, na cidade de Ribeira Grande de Santiago, popularmente denominada de Cidade Velha, prova e identifica a vivencia e existencia socio-religiosa e cultural, para não dizer moral, com um código de valores cívico-religioso que permitiu que os habitantes da ilha de Santiago e mais tarde os de todas as outras ilhas do arquipélago evoluissem para um “existencialismo” preservando não apenas um senso de si em harmonia com o passado, mas um corpo de valores que serviria de roteiro para o futuro deste pais insular, como entidade “nação”.
Embora colonia com vivencia escravocata, a clarividencia do poder de ordenação “in loco” de sacerdotes, edificação de igrejas e outras instituições religiosas, per se, edentificam e evidenciam uma autonomia administrativa-religiosa, e talvez política e cultural, vivida, estou em crer, com um sentimento de “liberdade” e autonomia comprovada, complementada e manifestada muitos anos depois também, pelos “Claridosos”, os criadores da “literatura moderna cabo-verdiana”, estes, na primeira metade do século XX, mais precisamente, nos anos “30” do seculo passado.
A sociedade arquipelágica, formada por povos africanos e europeus, não viveu, seguramente, nos “tempos modernos” nenhuma crise de identidade não resolvida e menos ainda manifestação de qualquer dúvida existencial permanente... Cabo Verde a mais antiga colonia tropical afirmou-se, cedo, como “nação” a todos os títulos, á metropole colonizadora e ao mundo moderno...
A “cabo-verdianidade” não tem acomodação pragmatica com o nosso passado, mas define uma identidade unica e universal que une e caracteriza, uma pertença cultural peculiar comum a todos os filhos destas dez ilhas do atlantico médio os residentes e na diáspora.
Se completamos neste ano de 2022, 47 anos como país politicamente independente, ainda não conseguimos superar o desafio do desenvolvimento.
Antiga colonia, Cabo Verde indepente, começou em formato centralizado operacionando com algumas instituições herdadas dos tempos coloniais, mas querendo definir “caminhos diferentes”, carregado de regras e regulamentos, perdendo, algumas vezes o sentido de direção em relação ao rumo “desenvolvimento”, como praticamente todos os outros estados do sul independentes e alguns outros recem independentes, pertencentes ao clube denominado “Terceiro Mundo”, hoje paises em “desenvolvimento”.
Este, pequeno país insular, sem recursos, vivendo da remessa da diáspora e da cooperação ao desenvolvimento, não conseguiu instalar duravelmente nenhuma estrutura de especialização produtiva e lançar as bases para a sua industrialização, lançando condições básicas, para a criação de emprego de massa neste arquipélago.
Depois da era democratica e abertura ao mundo em 1991, os projetos econômicos também diferiram, centralizando-se na industria turistica, com um alto nível de liberdade comercial, criação de portos mais modernos e aeroportos internacionais que criaram uma integração económica sobretudo nas ilhas do Sal e da Boavista, experiencia que será alcançada pela ilha do Maio, a curto prazo, segundo espectativas. Na area da industria turistica, todas as ilhas teem especificidades e atractivos turisticos identificados para operar a oferta diversificada do turismo.
Hoje não podemos continuar no conformismo nem na passividade a autocracia foi vencida pelo proprio povo e a abertura convida-nos a arriscar a investir, a inovar, todas as ilhas teem as suas próprias potencialidades...
A falta de trabalho e crise alimentar, nesta terra, desde os tempos coloniais, projectou o cabo-verdiano na rota da emigração em busca de sucesso material através do trabalho árduo.
O agricultor e homem do campo que ficou, continuou e persistiu a trabalhar, num ambiente com mais “seca” que chuvas laborando sempre o terreno de cultivo. Em tempos idos deviam trabalhar para “morgados” e seus descendentes, que se consideravam “fidalgos” e não praticavam o trabalho manual agricola, mas controlavam a actividade comercial resultante, como proprietarios das terras araveis, tinham o “direito” de que outros trabalhassem para eles. Várias mulheres e escravos negros trabalharam e caíram com relutância e por imposição em benefício daqueles...
Estamos actualmente, em 2022, tempo de incerteza, tempo de guerra, tempo de crise alimentar, tempo de crise sanitária, tempo de crise energética… Mas tempo de transferência de tecnologia, estamos a correr para alcançar o desenvolvimento, o nosso sistema nunca foi dinâmico e teve sempre como fraqueza notória o factor capital, mas o reforço e mais-valia, veio e ficou reforçado com a democracia, abertura ao mundo e instalação de um regime democrático.
O sistema de produção nacional tem alguns recursos, hoje ainda ou inexplorado, ou pouco explorado – Maio tem jazigos de mármore; possibilidade de exploração de indústria cimenteira que foram avaliados para uma exploração para cerca de duzentos anos; salineira; carvão vegetal; oportunidade extraordinária para instalação de indústria de conserva e transformação de pescado; praias balneares ideais para exploração de indústria turística … Santo Antão tem reserva á vista de pozolana… todas as ilhas têm potencialidades para serem exploradas e rentabilizadas e o pais é detentor de uma zona económica exclusiva marítima tão grande, como a superfície da França e para mais é um país jovem! – O sistema económico é baseado quase que exclusivamente no factor trabalho mas, o factor capital, o acesso ao investimento facilitado ás empresas, mais a inovação e criação de oportunidades aos jovens é que irá transformar estas ilhas e induzir um desenvolvimento económico inclusivo, nestas nove ilhas habitadas…
José Valdemiro Lopes
(eng.:Informático e estudos em Sociologia)
miljvdav@gmail.com
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