Colunista

As cabo-verdianas e os cabo-verdianos já sabem com o que contam em 2025: aumento das taxas de juro e novos tributos introduzidos no Orçamento do Estado. Ou seja: aumento generalizado dos bens de consumo, redução ainda mais acentuada do poder de compra, aumento da pobreza e debandada dos jovens para a emigração.

Esta é a prenda de Natal do governo, semanas após prometerem, nas eleições autárquicas, governar “pelas pessoas”. Este é o país real da dupla Ulisses/Olavo!

Esta é a verdadeira natureza da governação do MpD, e já nem as taxas de inflação fraudadas pelo INE e a falácia do aumento da economia conseguem esconder a verdadeira situação do país, com um governo apostado em garantir cada vez mais lucros a banqueiros e a uma classe dominante parasitária que, sob a bandeira de “menos Estado”, ataca forte a jugular da classe média e dos trabalhadores com menos recursos.

O mundo paralelo ventoinha

Paralelamente, o cada vez mais reduzido grupo de prosélitos do ainda primeiro-ministro, clama por “mais um ano ao serviço do povo de Cabo Verde”, declarando juras de fidelidade a Ulisses Correia e Silva. É o mundo paralelo ventoinha, que continua sem perceber nada do que se passou em 01 de dezembro e não entende que o povo está farto deste governo, da inutilidade de Ulisses e do ilusionismo de Olavo.

Com os extremistas histéricos a bradar contra o partido único que, segundo o seu estado demencial, vem aí; a atacar críticos internos e externos e a tentar condicionar jornalistas, afastando inexoravelmente companheiros de viagem que ajudaram o MpD a chegar ao poder em 2016, reduz-se, cada vez mais, a base eleitoral e social do MpD, que seriam fundamentais para inverter a tendência de galopante queda eleitoral, afirmada em 01 de dezembro, e confirmada pelo estudo da Afrosondagem.

Ventoinhas em desespero

A moral nas tropas ulissianas é pior que má e o desespero instalou-se, muito por razão dos estudos de opinião encomendados pelo partido e que – sabe-se – colocam o MpD em muito maus lençóis em 2026.

O estado de desespero agravou-se na última quinta-feira, 02, quando Francisco Carvalho anunciou a intenção de se candidatar à liderança do PAICV. E, a este propósito, tentando desvalorizar a disponibilidade do presidente da Câmara Municipal da Praia em ser a cara do partido em 2026, especula-se maldosamente que ele vai abandonar a autarquia - o que não é completamente verdade.

Não é a primeira vez, em Cabo Verde, que um presidente de câmara acumula a função com a de líder de um partido. Assim aconteceu com José Maria Neves e com Ulisses Correia e Silva.

O medo da liderança ventoinha

De todo o modo, percebe-se o medo da liderança ventoinha. Francisco Carvalho não será um qualquer candidato, pelo contrário: é aquele que infligiu a maior derrota política e pessoal a Ulisses Correia e Silva.

Os olhos estão postos na reunião da direção nacional do MpD, que tem lugar no próximo dia 11. Sabe-se haver algumas vozes discordantes que defendem a realização de uma convenção nacional extraordinária, mas, ao que tudo indica, a maioria sustenta a continuidade de Ulisses à frente do partido.

O MpD parece estar a fazer de tudo para perder as próximas eleições legislativas, seguindo à risca o “Manual Como Perder Eleições” alegremente e pondo em risco a influência histórica, eleitoral e social, do partido.