• Praia
  • 29℃ Praia, Cabo Verde
A relação interpessoal no ambiente profissional: antagonismo ou cooperação
Colunista

A relação interpessoal no ambiente profissional: antagonismo ou cooperação

O ambiente de trabalho deve ser um tapete vermelho, onde todos "desfilam" com um profundo senso de importância e dignidade individual e colectiva. Nenhum funcionário deve ser considerado como factor neutro; visto como um desnecessário ou um rival. Os responsáveis de limpeza, serviços gerais, porteiros, seguranças e todos os demais serviços devem ter um tratamento impar e merecedores de alto grau de incentivo.

Para muitos a relação no ambiente laboral, é simplesmente um tédio. O clima predominante é quase sempre marcado por superioridade e sentido de chefia exacerbado. Com isso, se corporiza um dos problemas mais sérios nesse sentido: a competição entre os colegas e a ditadura interna.

Quando isso acontece, a relação interpessoal positiva, dá lugar á tensão e conflito. Se evidencia um dos problemas mais sérios: a desmotivação profissional. Perde-se o rendimento e a dinâmica natural da produtividade. O espírito da boa colaboração, empatia e altruísmo, deveria acompanhar todo o processo no ambiente de trabalho. A construção de um senso elevado profissional e cooperativo, depende, sobretudo, do ambiente em que os funcionários estão inseridos. Devo ressaltar, que as discrepâncias salariais e a supervalorização profissional em detrimento do outro, vem contribuindo para formar um clima tenso, desinteresse e insatisfação.

Vem em sequência, a insatisfação crónica, que por sua vez, gera depressão e síndrome de inutilidade. As permanentes demoras, constantes burocracias nos trâmites das reclassificações, dignidade no trabalho, salários compatíveis ao cargo e ano de serviço, senso motivacional e reconhecimento, dão lugar ao comportamento improdutivo. Gerando consequências profundas á saúde psíquica e emocional dos funcionários.

O ambiente de trabalho deve ser um tapete vermelho, onde todos "desfilam" com um profundo senso de importância e dignidade individual e colectiva. Nenhum funcionário deve ser considerado como factor neutro; visto como um desnecessário ou um rival. Os responsáveis de limpeza, serviços gerais, porteiros, seguranças e todos os demais serviços devem ter um tratamento impar e merecedores de alto grau de incentivo.

Não há boa produção e serviço de qualidade, onde o ambiente profissional é parcial, onde o "chefe" é tendencioso e possuidor de uma visão pequena; onde a vertente comunicativa positiva é ignorada. Existem muitos profissionais depressivos, doentes, isto porque, o medo os domina, a manipulação os sufoca e o clima interno é massacrante. Muitos estão se recuperando dos traumas e situações desconfortáveis, acarretando baixas consideráveis no meio laboral. Pessoas que antes eram saudáveis, hoje vivem numa crise identitária.

Em cada serviço do estado, e empresas, deveríamos ter um tratamento digno, valorização ao mais alto nível, apoio emocional permanente, contribuindo para a boa saúde psíquica e emocional. Isso evitaria consequências nefastas, e com menos custos para as verbas públicas. Muitos profissionais, que quando chega a hora do trabalho, sentem-se inseguros e tristes. O ambiente de trabalho deve ser afetivo, cooperativo e com profundo senso de interajuda.

Os chefes e líderes, deveriam estar preparados para dar o melhor tratamento possível aos seus colaboradores; evitando conflitos invisíveis ou explícitos entre os colegas. Quebrando o clima difícil no ambiente profissional. Urge um novo modelo no ambiente profissional. Resgatar uma nova cultura relacional, é uma necessidade premente. Nada melhor do que um profissional saudável e valorizado. Os serviços ganham, os utentes ganham e toda a sociedade ganha.

Partilhe esta notícia

SOBRE O AUTOR

Lino Magno

Teólogo, pastor, cronista e colunista de Santiago Magazine