Taxistas e proprietários de táxis da Cidade da Praia saíram hoje em manifestação na capital, apelando por mais segurança e exigindo “acções concretas” do Governo para pôr cobro à situação dos “frequentes assaltos” a que têm sido vítimas.
Em declarações à imprensa, o presidente da Associação dos Taxistas da Praia, Adriano Monteiro, explicou que o motivo da manifestação se prende ao facto de a classe trabalhadora estar a ser alvo de “muitos assaltos” perpetrados por grupos de delinquentes.
“Todos os dias estão a acontecer assaltos contra taxistas, e alguns até graves, então, por isso, estamos a chamar a atenção das autoridades para ver se nos ajudam porque o único suporte que nós temos são as autoridades competentes”, ressaltou.
Adriano Monteiro disse ainda que já chegaram a colocar o assunto ao Governo, através do primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, que “afirmou ser uma situação difícil e que ainda está em estudo a criação de meios para combater esses assaltos”, pelo que ficaram “desmotivados”.
“Na semana passada, um dos nossos colegas sofreu um assalto grave e só não perdeu a vida por sorte”, contou o responsável associativo, pedindo uma mudança na lei, uma vez que os autores do citado assalto saíram em liberdade, mesmo estando a vítima ainda internada sob cuidados médicos.
Por seu turno, o presidente da Associação dos Proprietários de Táxis, Carlos Semedo, sublinhou que os assaltos trazem “grandes constrangimentos” para os proprietários.
“Há casos em que os assaltantes levam as viaturas e às vezes levamos três a quatro dias para conseguirmos a viatura de volta. Estamos juntamente com os taxistas para unirmos forças no sentido de pôr cobro a esta situação de insegurança”, queixou-se.
Carlos Semedo disse entender que o Governo deve ver esta situação e tentar resolver este problema.
“Somos contribuintes, contribuímos para o PIB deste País, devemos ter segurança e proteção. Entendemos que há leis que colocam algumas limitações, mas as leis podem ser revogadas. Todos sabem da situação que se está a passar na cidade da Praia neste momento. Não podemos continuar desta forma a passar por estas situações calados”, sublinhou.
Este responsável associativo referiu também que já é altura de se dar um basta nesta situação, acrescentando que estes reivindicadores já estão a pensar partir para outras formas de luta, se o Governo e outras entidades competentes não tomarem medidas.
“Nós trabalhamos diretamente com as pessoas e trabalhamos na mobilidade do País e, se pararmos um dia, será um caos na cidade da Praia ou em qualquer outro município que tenha o serviço de táxi. Para um setor que contribui mais de 70 mil contos a volta de um ano, em termos de combustível e contribuições nas finanças, eu acho que deveríamos ter proteção”, considerou.
Quanto a propostas para a melhoria da segurança, Carlos Semedo mencionou a criação de uma central de táxis com tecnologias avançadas e GPS, e “todas as formas de controlo” sobre viatura.
“Mesmo um botão de segurança, onde o condutor, em caso de assalto, tenha como acionar um alarme junto da polícia e da central de táxi para terem forma de dar cobertura no momento difícil”, concretizou.
Quanto ao porte de arma, uma hipótese já aventada em outras ocasiões, o presidente da Associação dos Proprietários de Táxi disse que este pedido foi uma forma de alertar para o quanto estão prejudicados.
“Se uma pessoa souber que um taxista está armado, vai pensar duas vezes até chegar nele. Neste momento estamos a pensar que o Governo pode não nos dar o porte de armas, mas pode nos dar segurança. Com segurança não precisamos de porte de arma”, finalizou.
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