As autoridades sanitárias do município dos Mosteiros contabilizaram só no mês de Fevereiro um total de 47 casos positivos de dengue e nos primeiros dias de Março outros três casos positivos.
A delegada de Saúde substituta dos Mosteiros, Mayara Pires, avançou à Inforpress que desde Dezembro de 2023, altura em que se registou o primeiro caso de dengue, nos Mosteiros foram contabilizados 229 casos suspeitos com um total acumulado de 85 casos positivos, sendo 11 em Dezembro, 24 em Janeiro, 47 em Fevereiro e três no corrente mês de Março.
Segundo a mesma fonte, a predominância dos casos regista-se nos Mosteiros Trás e Queimada Guincho, e, em menor proporção, em Sumbango, Coba Feijoal, Atalaia e Cidade de Igreja.
Neste momento, a delegacia de Saúde tem agentes no terreno para informação e sensibilização da comunidade e o procedimento a ter para evitar o mosquito Aedes Egypti, transmissor da dengue, e antivectorial para identificação e localização de focos de mosquitos e pulverização dos locais.
Alguns casos positivos foram hospitalizados, mas não eram dengue hemorrágica, mas apenas dengue clássica com repercussões no estado geral.
Três pessoas foram encaminhadas para São Filipe e foram feitas 30 observações intra-hospitalares desde o início de Janeiro.
Neste momento a delegacia precisa de uma viatura de tipo hiace e carro de som para sensibilizar as pessoas nas ruas e nas localidades.
Em conjunto os municípios de São Filipe e dos Mosteiros contabilizaram 762 casos suspeitos (533 em São Filipe e 229 nos Mosteiros) e 385 positivos confirmados por exames de PCR ou anti-higiénico (300 em São Filipe e 85 nos Mosteiros) sendo que os dados de São Filipe que são actulizados hoje na reunião da Comissão Municipal de Saúde são referentes ao dia 26 de Fevereiro passado.
Os dados referentes ao município de Santa Catarina do Fogo não foram incluídos nesta contabilidade devido a impossibilidade de contactar as estruturas de saúde deste município.
Com relação ao município de São Filipe, além de actualização dos dados, na reunião de hoje a equipa deverá delinear estratégias de luta contra dengue para que tenha a situação controlada antes da época da chuva e do verão, isto é, sem casos de dengue e de mosquitos transmissor.
Para que a luta tenha a eficácia desejada, a Delegada de Saúde de São Filipe, Joana Alves, disse que a estratégia tem de contar com o engajamento de todos os parceiros, lembrando que a dengue não é só saúde.
A possibilidade da realização de campanha de limpeza a delegada de Saúde avançou que depois de liderar três campanhas e com pouca participação, a delegacia vai apoiar as iniciativas neste sentido, desde que as comunidades estejam mobilizadas para participar.
As estratégias que forem definidas hoje vão contar com apoio dos escritórios da Organização Mundial de Saúde (OMS), que se disponibilizou para reforçar com mais agentes e meios para eliminar os mosquitos transmissores da dengue, mas as acções têm de ocorrer até final de Abril.
A sensibilização das pessoas é o “aspecto fundamental” porque o mosquito de dengue está nas residências e as pessoas que o criam devem também participar no seu combate, referiu a delegada de Saúde de São Filipe.
A mesma fonte observou que neste momento os agentes estão na fase de repulverização das casas e que não é aconselhável continuar com pulverização, porque “representa prejuízo” para as pessoas e os mosquitos podem também tornar-se resistente ao produto.
Reforço das campanhas de limpeza nas comunidades com engajamento do Ministério da Educação (professores e alunos), reforço da limpeza urbana e das ribeiras são algumas ideias avançadas como estratégias e que vão ser analisadas hoje na reunião da Comissão Municipal de Saúde. Sinalização, identificação e notificação dos proprietários dos pardieiros, campanha de eliminação dos recipientes/bidões no interior das casas e reforço da sensibilização com spot áudio em carros de som nas comunidades, são outras acções avançadas como estratégias.
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