A coordenadora do Programa Nacional de Prevenção e Controle das Doenças Cardio-cérebro-vasculares, Vanda Azevedo, disse hoje que doenças cardiovasculares continuam a ser as principais causas de mortalidade em Cabo Verde, apontando ainda uma carga maior nos homens.
Vanda Azevedo fez esta declaração à imprensa, à margem do webinar alusivo ao Dia Mundial do Coração, assinalado a 29 de Setembro e promovido pelo Ministério da Saúde em parceria com o Instituto Nacional de Saúde Pública, este ano sob o lema “Use o Coração para Prevenir”.
Na ocasião, a responsável informou que o Acidente Vascular Cerebral (AVC) é a principal causa da mortalidade no País, seguida de outras doenças do coração.
Segundo explicou, há um paradoxo neste aspecto, ou seja, a doença cardiovascular é previsível em 80 por cento (%), que pode ser rapidamente diagnosticada, mas mata muito porque os factores de risco são transversais a quase todas as doenças.
“Nomeadamente a inactividade física, o tabagismo, o alcoolismo, a hipertensão arterial, diabetes e colesterol alto”, disse.
Conforme a mesma fonte, no arquipélago há uma prevalência de 30% na população jovem, ou seja, em cada dez pessoas, três têm hipertensão e podem saber ou não.
“Um terço das pessoas que são hipertensas não sabem que são e dentro dos hipertensos conhecidos, aqueles que fazem a medicação, quase 50% não estão controlados, por não tomarem outros cuidados relacionados ao estilo de vida”, frisou.
Salientou também que o uso excessivo do sal é uma das causas que provoca o AVC, indicando que a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o uso de pelo menos cinco gramas de sódio por dia, mas que a média em Cabo Verde é de 9,3 gramas.
Outro factor ligado a doenças cardiovasculares é o aumento da obesidade no País pois, afirmou, mais de 40% da população está com sobrepeso ou obeso.
Além disso, o álcool é um dos factores de risco mais nefastos para a saúde, não só a nível dos cancros, mas também a nível do coração, afectando-o negativamente.
“O uso abusivo afecta o coração e os vasos, e se a pessoa estiver a ingerir álcool não consegue controlar a tensão arterial”, esclareceu.
Por fim, atestou, em todo mundo existe uma carga maior nos homens nas doenças cardiovasculares, nas mulheres depois da menopausa, que por si já é um factor de risco.
No entanto, afiançou, em Cabo Verde as mulheres deslocam-se muito mais aos hospitais e centros de saúde, por isso são mais diagnosticadas, “mas não quer dizer que têm mais”.
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