Quando a sanha autoritária sobrepõe o bom senso e a ética na política*
Ponto de Vista

Quando a sanha autoritária sobrepõe o bom senso e a ética na política*

Ficamos sem saber como a governação do MpD irá cumprir até o final do mandato os compromissos assumidos desde 2016 e que até agora, oito anos decorridos, permanecem sem solução: nos transportes aéreos e marítimos; na Agricultura onde se tem ignorado o papel das barragens e tem-se anunciado ciclicamente o uso da dessalinização na Agricultura mas sem demonstrar resultados práticos; na saúde com uma epidemia da dengue que rapidamente se espalhou por todas as ilhas por incompetência do Governo, sobretudo da Ministra de Saúde que tem tido comportamentos arrogantes e decisões com consequências desastrosas para o combate à dengue; no combate ao desemprego que aumenta, gerando frustração, com jovens a emigrar massivamente; no aumento da pobreza e do fosso social, enfim, pergunta-se ao PM que projecto impactante a sua governação implementou nesses dois mandatos?

O MpD anunciou um "dôs na un" em Quebra Canela: o acto político seria, simultaneamrnte, abertura do ano político e apresentação da candidatura de Abraão Vicente e sua equipa à Câmara Municipal da Praia.

O acto foi presidido por Ulisses Correia e Silva na dupla condição de líder do Movimento para a Democracia e Primeiro-ministro.

Quem foi para ouvir um condensado de políticas e medidas de política para este ano parlamentar na vizinhança das eleições legislativas, ficou frustrado, bem como todos os cidadãos que querem acompanhar e tomar parte activa na vida política da sua terra.

O líder do MpD e PM centrou a sua intervenção num cerrado ataque ao Presidente da CMP e candidato incumbente nas autárquicas, referindo-se à pessoa do actual Edil e candidato Francisco Carvalho, em termos inadmissíveis para um Chefe do Governo que, ademais papagueava a torto e a direito a condição de democrata do candidato do MpD, usando e abusando da palavra democracia (somente da palavra...). O maniqueismo habitual: nós os democratas, eles os autocratas.

A distribuição habitual de papéis foi subvertida pela sanha autoritária do PM, dando razão à crítica do PAICV que o considera um autocrata que ataca as CM geridas por equipas do PAICV.

Ulisses Correia e Silva protagonizou o ataque a Francisco Carvalho, Edil da Praia e candidato incumbente, Abraão Vicente ensaiou o desfile de suas propostas e Manuela Brito, candidata à presidência da Assembleia Municipal, foi uma mescla de compromissos que irá cumprir e críticas directas e indirectas ao relacionamento de Francisco Carvalho com os seus vereadores e a bancada do MpD na AM. Achou por bem de crismar os membros da AM de "deputados municipais" o que não se coaduna com o nossos sistema político local.

Do registo do acto que visionei, Abraão Vicente foi, para mim, um desencanto. As propostas saiam-lhe aos borbotões mas como alguém que se ia lembrando delas a esmo. Faltou-lhe um discurso fluído integrando propostas e projectos deveras inovadores, em contraste superior às do seu adversário. Falhou...uma frustração para quem espera um confronto à altura da importância e relevância da Câmara Municipal em disputa.

Senhor PM, como Chefe do Governo o senhor demonstrou um pendor autocrático: "Não odeies o teu inimigo porque tolda-te o descernimento".

Ficamos sem saber como a governação do MpD irá cumprir até o final do mandato os compromissos assumidos desde 2016 e que até agora, oito anos decorridos, permanecem sem solução: nos transportes aéreos e marítimos; na Agricultura onde se tem ignorado o papel das barragens e tem-se anunciado ciclicamente o uso da dessalinização na Agricultura mas sem demonstrar resultados práticos; na saúde com uma epidemia da dengue que rapidamente se espalhou por todas as ilhas por incompetência do Governo, sobretudo da Ministra de Saúde que tem tido comportamentos arrogantes e decisões com consequências desastrosas para o combate à dengue; no combate ao desemprego que aumenta, gerando frustração, com jovens a emigrar massivamente; no aumento da pobreza e do fosso social, enfim, pergunta-se ao PM que projecto impactante a sua governação implementou nesses dois mandatos?

*Título da responsabilidade da redação

**Artigo publicado pelo autor no facebook

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Comentários

  • Casimiro centeio, 24 de Out de 2024

    *discernimento

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  • Casimiro centeio, 23 de Out de 2024

    UCS, dada á sua fraca competência política, o seu descirnimento não lhe permite diferenciar a Câmara Municipal da Praia e o Presidente, Francisco Carvalho, do país em que o próprio vive !
    É lamentável !!!!!

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  • Casimiro centeio, 23 de Out de 2024

    Do PM ou do presidente do MPD não se pode esperar outra coisa.Fez/faz segundo o seu caráter.Ninguém pode dar o que não tem.
    A democracia que UCS defende é a " democracia colonial" , se que é lícito dizê-lo.
    Não é o cargo que faz um líder, mas a sua postura moral e política .
    Está visto á face do Mundo. Isto é maturidade !

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  • Domingos Cardoso, 23 de Out de 2024

    Ulisses está completamente obsecado com a CMP e com Francisco Carvalho.

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