Quando era adoslecente, em outro milênio, em outro século, inúmeras décadas atrás, um filme foi lançado nos Estados Unidos da América intitulado “The Day After” (O Dia Seguinte). Foi visto por mais de 100 milhões de pessoas na TV (com 62% dos aparelhos sintonizados, um recorde que jamais deverá ser superado...) Aquele filme no meio da famigerada “Guerra Fria” marcou uma geração. Parafraseando o título do Filme, haja visto que escrevo hoje após o famigerado Dia do Natal, quero aproveitar para trazer informações importantes que possam não ter sido do seu conhecimento ou lhe transmitido até agora. Embora tenha esperado “O Dia Seguinte” ao Natal para escrever, tenho sim falado sobre esse assunto e ao escrever agora desejo oferecer um contributo justo.
Costumo dizer que desde que o Google foi inventado, em 1998, é enganado hoje em dia quem quer. Sim, porque via de regra, pode se pesquisar, descobrir o contraditório, checar as informações, fazer uma pesquisa ampla, em questão de segundos, com essa ferramenta de busca. Uso ela com uma certa frequência, principalmente para obter o significado das palavras. Hoje, no “Dia Seguinte” quero aproveitar para fazer uma Desmistificação do Natal. Qual o significado então da palavra desmistificação: “É o ato ou efeito de desmistificar; Desfazer uma mistificação, denunciar um erro, um engano, uma farsa; desmascarar; Anular a natureza mística, misteriosa de; Desmistificar tem como sinônimo desmascarar, desfabular, revelar.”
A famigerada “Festa Máxima do Cristianismo” o Natal (pois a Páscoa iniciou-se no Judaismo) tem muito misticismo, muita fábula, que tem que ser desmascarado, denunciado o erro e apresentado a verdade. Vou usar mais do que o Google pois faço uso do Texto Sagrado, A Bíblia Sagrada (https://www.bibliacatolica.com.br/) como fonte de comprovação ao que será descrito aqui.
Em Primeiro lugar, em relação ao Natal, tem que ser desmistificado essa lenda de que o “Menino JESUS” nasce todo ano. É imperativo saber que nos 4 Evangelhos, bem como em todas as Escrituras Sagradas, apenas duas vezes aparecem a expressão “menino JESUS,” ambas em São Lucas 2, no verso 27 e no verso 43. 7 vezes aparece em São Mateus a expressão “menino” claramente se referindo a JESUS e é usada outras 5 vezes em São Lucas além das 2 mencionadas anteriormente. Todas as vezes que apareceu a palavra menino associada ao SENHOR JESUS, foram no capítulo 2 dos Evangelhos (em São Marcos e São João não aparece nenhuma vez!) Logo, por exemplo, em São Mateus capítulo 1 a Bíblia diz que o nome a lhe ser dado é de JESUS por conta de Sua Natureza como Salvador. Também no mesmo capítulo mostra que ELE é o EMANUEL profetizado no Velho Testamento. Pelo Seu Nome fica claro que JESUS é mais do que um menino, que embora ELE fez-se menino, o Verbo que se fez carne, habitou entre nós é DEUS conosco. Pior do que caracterizar DEUS como menino, é propagar que “ele (sic) nasce todo ano!” Tal heresia é inaceitável, pois JESUS nasceu, viveu, morreu, foi sepultado, ressuscitou, ascendeu ao céus de onde voltará não como menino, mas como DEUS e Dominador que é (Apocalipse 1:8).
Conhecendo outros aspectos que precisam ser desmisfiticados em relação ao Natal, presumo que essa crendice de que “o menino JESUS nasce todo ano” é para valorizar a posição de sua mãe, Maria. As Escrituras tem muito que nos ensinar sobre Maria, embora há muitas fábulas a seu respeito que não tem qualquer base Bíblica. Por exemplo, na anunciação do nascimento de JESUS, o anjo Gabriel ao lhe saudar afirmou que Maria tinha encontrado graça diante de DEUS, no Evangelho de Lucas 1:30 (ou seja, a graça não era originária dela, não surgiu por conta dela, mas foi o favor de DEUS colocado sobre ela!). No mesmo capítulo, sua prima Isabel ao lhe saudar, profere as seguintes palavras: “Bendita és tu entre as mulheres” afirmando que Maria não estava acima de nenhuma mulher, mas foi como vaso escolhido por DEUS no meio das mulheres. Por conta disso, Maria no seu belo cântico exalta a DEUS: “Minha alma glorifica ao SENHOR, meu espírito exulta de alegria em DEUS, meu Salvador, porque olhou para sua pobre serva.” Maria reconheceu sua pequenez, sua miséria e necessidade do Salvador. A Mariolatria não tem qualquer base Bíblica, foi instituida pelo Romanismo absolvendo as crenças pagãs de “Madona e criança” presente no Egito (Isis e o filho Horus, conhecida na antiguidade como perfeita mãe e filho) encontrada também na Babilônia, Grécia, China, e mesmo no Velho Testamento onde no Livro de Jeremias ofereciam “incenso à rainha dos céus” (Jeremias 44:17) prática idólotra condenada no mesmo Livro. Em Roma tinha a figura de Cibele, “A Grande Mãe” centenas de anos antes do nascimento de JESUS que associada a “grande Ártemis dos Efésios” que no Livro de Atos dos Apóstolos 19 verso 35 diz “que a cidade de Éfeso cultua a grande Ártemis, e que a sua estátua caiu dos céus...” num paralelo muito semelhante ao que ocorre no mundo inteiro na prática da Mariolatria, onde supostas imagens da “virgem” aparecem de forma “milagrosa.” Mas para desmistificar o erro, precisamos da ajuda da Bíblia Sagrada. No Evangelho de São Marcos 6 verso 3 a Bíblia diz: “Não é ele o carpinteiro, o filho de Maria, o irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão? Não vivem aqui entre nós também suas irmãs?”
O escritor, tradutor e Professor Universitário Frederico Lourenço, fez a mais completa e recente tradução da Bíblia em Português através das línguas originais (Hebraico e Grego) e na introdução de sua obra afirma o seguinte: “ O que é trasnversalmente dito pelos quatro evangelistas é que Jesus era um de vários irmãos (cf. Lucas 8,22; Marcos 6,3; João 2,12; 7,3). Na passagem em que Jesus é apelidado de ‘filho do construtor’, Mateus nomeia os irmãos dele: Tiago (Jacó), José, Simão e Judas (Mateus 13,55). No versículo seguinte, acrescenta-se a informação de que Jesus tinha irmãs. Que irmãos e irmãs sãs esses: De quem eram filhos? Terão José e Maria mais tarde consumado o seu casamento (admitindo a lógica do Evangelho de Mateus que não o fizeram antes do nascimento de Jesus)? Por muito que exegetas de vários quadrantes tenham afirmado que esses irmãos (adelphoi no grego) são primos ou parentes próximos, se nos ativermos estritamente ao texto dos quatro Evangelhos, teremos de aceitar as palavras de C. K. Barrett, o grande comentador do Evangelho de João: ‘Não há nada que sugira qualquer outra explicação, além de que os irmãos são filhos de José e de Maria’.”
O Dr. Lourenço afirma ainda que a crença na perpétua virgindade de Maria, veio através de um livro apócrifo “Protoevangelho de Tiago” conhecido no Terceiro Século, mas publicado somente no século XVI, Livro esse que o Papa Inocêncio I condenou e o Decreto do Papa Gelásio I no anos 500 o rejeitou... Mesmo assim, tal livro afirma “que os irmãos de Jesus eram filhos da primeira mulher de José (à revelia do significado da palavra adelphós, que significa ‘irmão uterino’).” O próprio Evangelho de Lucas contradiz o escritor apócrifo: “E deu à luz seu filho primogênito, e, envolvendo-o em faixas”. Observe o pronome possessivo seu. No mesmo capítulo fala “sua esposa” ou seja, está referindo a José. Logo, JESUS é dito aqui ser o filho primogênito, consequentemente eles tiveram outros filhos, o que corrobora com as narrativas dos outros 3 Evangelhos!
Sim, ao Desmestificar o Natal, há que se deixar claro que Maria não permaneceu virgem, de acordo com a autoridade da Palavra de DEUS. O SENHOR JESUS CRISTO afirmou claramente no Evangelho de Mateus 22:29 “Errais, não compreendendo as Escrituras nem o poder de Deus.” O mesmo JESUS afirma em São João 8 verso 32: “conhecereis a verdade e a verdade vos livrará”. Que assim seja, ao entender porque o Natal precisa ser Desmistificado!
*Reverendo
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