Cultura

“Hoje, lembramos Norberto Tavares, músico cabo-verdiano que dedicou sua vida a unir as comunidades diaspóricas através da música. Nascido em Cutelo, Santa Catarina, a 6 de Junho de 1956, Norberto emigrou para Portugal nos anos 70, onde sua carreira musical floresceu”, escreveu o Museu que ostenta o nome do cantor.

O comunicado do Museu Norberto Tavares, publicado no site  da instituição, lembra que o percurso artístico do músico, natural do concelho de Santa Catarina, interior de Santiago, teve dois momentos distintos.

“Inicialmente, num período nacionalista, colaborou com Nhô Balta, influenciado pelas temáticas pós-coloniais do PAIGC. “Nôs Cabo Verde di esperança” foi um grito de mobilização para a reconstrução pós-colonial”, acrescenta.

Contudo, prossegue a nota, “desiludido com o sistema político”, Norberto expressou abertamente sua oposição ao regime de partido único em Cabo Verde, referindo que em 1989, lançou “Jornada di un badiu”, um manifesto político contra o “status quo”.

“Norberto Tavares, além de músico, foi um crítico social incansável. Emigrando para os EUA em 1976, ele continuou a refletir sobre as experiências e desafios dos cabo-verdianos, destacando-se como activista social. Sua música transcendeu fronteiras, abordando temas de igualdade, democracia e as conexões entre a terra natal e a diáspora”, especifica o comunicado.

O cantor nasceu a 06 de junho de 1956, no Concelho de Santa Catarina, e emigrou para Portugal na década de 1970, onde gravou alguns álbuns de funaná, o seu género musical de eleição.

Em Portugal, formou um grupo denominado “Black Power” juntamente com outros músicos de Cabo Verde, tendo lançado o seu primeiro álbum de “funaná e batuko” em 1975.

Produziu várias gravações ainda em Portugal, antes de emigrar para os Estados Unidos, em 1979.

Entre os seus álbuns mais conhecidos encontram-se “Nôs Cabo Verde di Sperança” (1976), “Volta pa Fonti (1979, ‘Voltar à fonte “), “Jornada di un Badiu ‘(1989) e” Hino di Unificaçon”(Hino de Unificação 1993), que se tornaram parte do repertório popular, especialmente na ilha de Santiago.

Norberto Tavares morreu aos 54 anos.