O descontentamento é o primeiro passo na evolução de um homem ou de uma Nação (Oscar Wilde), portanto deve o Governo de Cabo Verde, encarar o descontentamento e as críticas como combustível e guias para políticas assertivas mais justas mais eficazes e para a sua evolução ao serviço do país, contribuindo assim para um Cabo Verde cada vez melhor, e para a real felicidade dos cabo-verdiano.
Não há dúvidas de que a plataforma eleitoral apresentada pelo MPD em 2021, que foi sufragada pelo povo Cabo-verdiano é adequada, justa e contém as bases necessárias para atingirmos as metas propostas e o edificar do caminho de desenvolvimento sustentável de Cabo Verde.
O programa de Governo do MPD, espelha uma visão democrática, ambiciosa e humana, colocando o homem no centro das decisões.
Não obstante um desempenho na sua globalidade positiva do Governo, muitas vezes em contexto desafiador, há situações e erros que perigam o resultado final a democracia e por vezes o próprio Estado de Direito.
Temos desafios urgentes e prioritários:
Erradicar a extrema pobreza
Amenizar a desigualdade social gritante, que tem sido fonte de frustrações e uma das principais razões de muitos flagelos, pequena criminalidade, crimes baseados no género, abandono escolar, e a fuga de quadros jovens do país.
Sim, não podemos de forma alguma, e nem devemos tentar enterrar a cabeça na areia, é certo que a facilitação no processo de vistos poderia prever este aumento, mas o que assistimos é uma debandada de jovens que estão a perder as esperanças
NÃO O PODEMOS PERMITIR!
Uma justiça acessível célere eficaz e eficiente, é uma prioridade, confere certeza, traz paz social propicia um ambiente de negócios que se quer para atrair investimento externo e o turismo, e com isso a criação de postos de trabalho e a robustez da economia.
E num país insular, os transportes interilhas e internacional é sempre prioridade, medidas têm sido tomadas, algumas menos boas, no entanto. A Concessão (per si) não é uma delas, a oposição deve parar com esta teima em diabolizar processos de concessões, até é caricato quando foram eles enquanto poder a aprovar o diploma que viabiliza o mesmo. No entanto estes devem ser melhor negociados, equilibrando os interesses, dos utentes e dos parceiros.
Persistem desafios, e precisam ser corrigidos, tanto ao nível do transporte interno como internacional.
E não iremos ultrapassar estes desafios enterrando a cabeça na areia, é preciso enfrentar, estudar, preparar, se preciso for redirecionar as políticas, trabalhar afincadamente e servir Cabo verde e os Cabo-verdianos de melhor forma.
Para isso é preciso OUVIR e CORRIGIR!
•O Governo é Enorme, e assistimos a uma certa descoordenação e atropelos entre as tutelas, o que inviabiliza o processo de desenvolvimento. Redução do elenco governamental é um imperativo, uma exigência dos cabo-verdiano, a bem de Cabo verde e do próprio Partido que suporta o governo. Não o fazer pode trazer faturas caras ao MPD.
•As Reformas, no setor da Justiça da tem que sair do papel. A descrença na justiça é uma realidade, a pequena criminalidade parece estar a ganhar o sistema que se mostra lenta e reativa, cingindo o combate à criminalidade, em endurecimento de penas, sem qualquer capacidade de implementação de políticas preventivas. A reforma na Administração da justiça o sistema de nomeação de certos juízes e um sistema eficaz de responsabilização dos magistrados, urge. A reinserção Social está parada no tempo, os números de reincidentes disparam
URGE UM NOVO CENSO PRISIONAL, só assim poderemos entender o resultado das últimas alterações e o resultado das medidas implementadas,
•O setor da saúde, pese embora o bom desempenho no período pandémico, precisa sair deste Limbo, e dar o salto. A construção do novo Hospital Nacional pode vir a ser uma lufada de ar fresco, assim almejamos todos. Deve o Ministério da saúde antecipar e preparar um quadro de recursos humanos capacitados e acima de tudo motivados, com condições laborais gratificantes.
Há um assunto que vem sido negligenciado e que precisa de soluções práticas, de preferência antes da construção do Hospital, a recolha e tratamento do lixo hospitalar, com o hospital nacional este problema tende-se a agudizar, é preciso antecipar e criar soluções.
Não só do lixo hospitalar, a crescente procura pelos portos cabo-verdianos de navios de cruzeiro, o que é ótimo para o turismo, para economia nacional e para imagem de Cabo verde, também nos trás este desafio do lixo, (hospitalar e não só). Receber e tratar este lixo dos navios, é um assunto que deveria ser tratado com alguma seriedade, para não termos lixos despejados no nosso mar, como é pratica em outas paragens, com consequências que poderemos nem conhecer. Sei que existem projetos de nacionais neste sentido à espera de alguma atenção do coletivo governamental... Ouvir e corrigir!
•A juventude precisa de um cuidado especial. Políticas de promoção de emprego e de Formação profissional tem sido implementadas com algum sucesso, mas o sentimento de abandono é latente. Precisamos de uma tutela com alguma visão neste sentido, e com políticas claras viradas para a juventude. A nossa juventude pode emigrar se assim entender, mas não pode estar a ver a emigração como a única saída.
•Aproxima-se a época das chuvas, devemos estar preparados para auxiliar os nossos homens e mulheres do campo, promovendo antecipadamente ações que visem maximizar a produção que se possa ter do ano agrícola, com “boas azáguas”, e também preparar para o caso de outro período de seca, colmatar os danos e prevenir no sentido de não haver perda de gado.
Embora ache que é ultrapassada a hora de Cabo verde ter uma visão diferente e moderna da agricultura, com aposta em estudos e em tecnologias que possam dar um salto para uma agricultura menos rudimentar. A água é um tema sensível e cara aos cabo-verdianos, e a aposta em dessalinização é uma aposta assertiva.
•As famílias, precisamos entender se as políticas adotadas pelo governo neste setor têm tido resultados, e em que medidas. O desenho do RSI e do Cadastro é Bom, resta saber a quantas anda a sua implementação, e se isto de facto tem impactado positivamente na realidade das famílias cabo-verdianas.
O Governo no seu todo, com destaque para o VPM e Ministro das Finanças que tem tido um papel crucial nesta engenharia, tem sabido driblar as dificuldades e conseguido bons resultados, os números não mentem e a credibilidade de Cabo Verde lá fora o provam, mas é preciso fazer mais, muito mais e é preciso fazer melhor.
O descontentamento é o primeiro passo na evolução de um homem ou de uma Nação (Oscar Wilde), portanto deve o Governo de Cabo Verde, encarar o descontentamento e as críticas como combustível e guias para políticas assertivas mais justas mais eficazes e para a sua evolução ao serviço do país, contribuindo assim para um Cabo Verde cada vez melhor, e para a real felicidade dos cabo-verdiano.
Comentários