É bem evidente que estamos a atravessar um momento muito conturbado da nossa História (primeiro Estado de Emergência) e do mundo inteiro, com o fenómeno da atualidade chamado “Coronavírus, Sars Cov-2, Covid-19”, na origem de uma das “piores pandemias” de que reza a História!
Num futuro próximo, ao mesmo tempo que ansiamos pela descoberta de uma cura, ou uma vacina, somos obrigados a coexistir com um inimigo “poderoso”, cuja cara já conhecemos, mas a sua sombra atua de maneira traiçoeira.
Quanto à descoberta de uma vacina que todo mundo deseja, não será por agora, segundo a Agência Europeia de Saúde, pelo menos, não antes de um ano; e não se sabe quanto vai custar, se haverá doses suficientes para todo o mundo (se for necessário só uma dose única para aquisição de imunidade, a estimativa é que vamos precisar de sete (7) mil milhões de doses; se for insuficiente, e é preciso repetir a vacina, vão ser precisas quatorze (14) mil milhões de doses. Segundo o célebre virologista e epidemiologista belga, reconhecido internacionalmente com uma autoridade nesta matéria, o professor Marc Van Ranst, outro problema é qual vai ser o custo, pois a empresa que chegar lá primeiro vai querer não só recuperar o capital investido na pesquisa, como fazer fortuna com o fruto da sua descoberta.
II a) Confinamento
Considerado uma das maiores restrições ou bloqueio da História, implementou medidas de segurança sanitária que ajudaram a controlar a doença. Ora, segundo o professor Van Ranst, já citado, “esta doença veio para ficar”, daí a razão do rigor das regras de confinamento. Com efeito, a Covid-19 é muito mais contagiosa que a Gripe e é pandémica: coexiste nos dois hemisférios, isto é Norte e Sul, ao mesmo tempo, e quando isso acontece a chance de “sumir” é claramente menor.
II b) Desconfinamento: Relaxamento das regras e reabertura de vários sectores de atividades.
Pelo que já dissemos sobre esta doença, que é perigosíssima, pandémica, veio para ficar, e não sabemos ainda qual será a sua evolução, esta fase de desconfinamento, deve ser: encarada com muita seriedade e responsabilidade individual da população; com evolução progressiva, respeitando sempre as medidas de segurança sanitária (atualmente única garantia de controle da doença); evitando emocionalmente a explosão de alegria devido ao levantamento das medidas de contenção, pode conduzir a um “relaxamento excessivo” ou “selvagem”; isto é, não se deixar tentar pela tendência ao voltar aos velhos hábitos, se reunindo nas ruas, ignorando o distanciamento social, assim por diante…, visitando familiares, correndo o risco de retorno à estaca-zero! Acho que ninguém quer isso!
Por isso, temos verdadeiramente de aprender a conviver com o vírus, até a descoberta de uma “cura” ou “vacina”, como já aconteceu anteriormente com a Tuberculose, a Sífilis, a Gripe Influenza e Sida! Insistimos que o desenrolar desta fase deve ser acompanhado da aplicação rigorosa das medidas de segurança sanitária, concomitante com o acréscimo da responsabilidade individual da população, porque de certeza toda gente quer essas medidas de alargamento: Retorno das atividades físicas lúdicas (passeios, caminhadas, ginásio), regresso das competições desportivas, frequentar praias, liberação de Turismo (nas suas varias vertentes), cultura e industrias criativas.
Quanto à restauração e pubs com atividade musical ao vivo, quero fazer um apelo especial ao Governo para ponderar a legislação que limitou o horário de funcionamento desses estabelecimentos até à meia-noite (0h00). Ora, num país que se diz e vive muito do Turismo, este horário na minha opinião é um obstáculo ao desenvolvimento desta atividade e outras diversões noturnas e espetáculos diversos, bloqueando a economia e contribuindo para o desemprego.
A titulo de exemplo, cito o que passou com o estabelecimento onde atuo regularmente (mesmo sendo artista amador), o Helsandra Bar-Restaurante, em Achada São Filipe, considerado como referência do género para certas figuras eminentes do sector, que dizem que é o 5ªtal da Musica fora do Plateau. Esse espaço viu o seu rendimento diminuir drasticamente e teve de despedir uma parte do seu pessoal. Não sei qual é o suporte que levou a esta legislação, mas se foi por questão de Segurança e Disciplina penso que cabe ao Governo fazer a parte dele, isto é, a manutenção da ordem e segurança, mas também a população deve ser responsável colaborando no plano disciplinar. O titulo deste artigo é uma chamada de atenção para esta situação complexa, mas, por favor “não matem a galinha de ovos de ouro”.
Uma intervenção de um profissional de Saúde (Médico-Cirurgião Sénior do Hospital Agostinho Neto- Praia, ao mesmo tempo “artista amador” músico/compositor)
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