O presidente da UCID lançou hoje duras críticas ao primeiro-ministro, a quem acusou de “fazer joguetes” e “atrasar propositadamente” a marcação da data das eleições autárquicas.
Em conferência de imprensa, no Mindelo, João Santos Luís disse que Ulisses Correia e Silva fá-lo porque sabe que a partir do momento em que forem marcadas as eleições autárquicas, será proibida qualquer inauguração de obras e de propaganda política através de qualquer meio de publicidade comercial.
Indo mais longe, Santos Luís liga o alegado protelado do primeiro-ministro a "algumas obras do Governo e de várias câmaras municipais" que ainda estão por inaugurar e outras por ser lançadas, a fim de “usufruir de benefícios eleitorais” com o lançamento e inauguração de obras antes da marcação do pleito eleitoral.
“Agindo desta forma, Ulisses Correia e Silva mostra claramente que, para ele e para a sua equipa, vale apenas defender com firmeza os interesses meramente partidários e pessoais, em detrimento dos interesses da Nação”, acusou o líder dos democratas cristãos.
Como se não bastasse, continuou João Santos Luís, a “tremenda falta de transparência, clareza e rigor” em muitos processos do actual Governo, o povo de Cabo Verde ainda é “obrigado a suportar os abusos de poder” do primeiro-ministro na marcação das eleições autárquicas.
Tudo, ajuntou, para aproveitar o facto de as câmaras municipais lideradas pelos autarcas da mesma cor política do Governo, o MpD, tirarem “mais alguns louros” nas eleições autárquicas.
No entanto, a mesma fonte ressalva que as balizas legais estão devidamente definidas na Constituição da República, que ainda não há atropelos à lei, contudo, vincou, “quanto mais cedo, melhor”, na questão da marcação da data, até para “facilitar” o trabalho da Comissão Nacional de Eleições (CNE).
E exemplificou com as eleições autárquicas de 2020 em que o escrutínio ocorreu no dia 27 de Outubro, contudo as eleições foram marcadas pelo Governo no dia 07 de Agosto.
“A UCID exige de Ulisses Correia e Silva uma postura responsável, imparcial e mais correcta na gestão de um país como Cabo Verde, que, por falta de capacidade dos governos, não vem implementando políticas assertivas que promovam o crescimento adequado da economia, criando as condições para a melhoria da qualidade de vida do povo cabo-verdiano”, finalizou o presidente da UCID.
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