Tesouros Perdidos de Cabo Verde. Astrolábio - Parte VI
Colunista

Tesouros Perdidos de Cabo Verde. Astrolábio - Parte VI

Porque terá o Abraão Vicente dito à Agência Lusa a 17 Abril de 2019, no final da cerimónia de abertura da V Jornada do Projeto Mergulhar, que decorreu no Centro Cultural da Cidade Velha, o seguinte: "(…) que não aconteça o que aconteceu com o astrolábio de ouro que foi leiloado em Londres SEM O NOSSO CONHECIMENTO e sem que disso tivéssemos benefício nenhum.”

O Astrolábio

Foi encontrado no nosso mar um Astrolábio português datado de 1645.

O Astrolábio foi vendido num leilão, na Sotheby’s, em Londres, no dia 19 de Dezembro de 2000.

Considerado como uma peça rara e de muito valor, a 84ª peça conhecida no mundo com a assinatura de Nicolao Ruffo, mas a única que é banhada em prata.

Todo o procedimento ocorreu dentro da legalidade, porque o contrato entre Cabo Verde e a empresa de exploração, permitia a comercialização dos artefactos recuperados.

A peça saiu do país para restauro. Os membros da empresa contratada prometeram celeridade na intervenção e retorno da peça após estudos e análises à mesma, feitos na Universidade de Oxford, no Departamento da Arqueologia Submarina. Mas, o astrolábio nunca mais voltou a Cabo Verde. Acabou sendo vendido num leilão na Sotheby’s, em Londres, por 130 mil Euros.

Tinha havido anteriormente uma tentativa de venda do Astrolábio a Portugal mas o Ministério da Cultura português terá negado a compra e emitiu um parecer alegando que a aquisição seria contrária aos interesses do Estado. (ver documento em anexo).

No Museu de Arqueologia da Praia existe uma réplica da peça.

Continua a haver algumas perguntas no ar:

1- Se o Astrolábio era único no mundo, e pertencia a Cabo Verde, porque foi vendido?

2- Por este valor, porque não ficou em Cabo Verde no Museu de Arqueologia? Esta peça única atrairia visitantes.

3- Se a Sotheby’s ia receber uma comissão de venda, se o valor foi dividido a meias com a empresa de exploração…Todos perderam com a transacçāo?

4- Após o parecer do Ministério da Cultura português, nomeando vários pontos pertinentes a alertar para os danos e consequências da eventual venda, porque insistiram em vender?

5- Quem lucrou com esta venda?

6- Porque terá o Abraão Vicente dito à Agência Lusa a 17 Abril de 2019, no final da cerimónia de abertura da V Jornada do Projeto Mergulhar, que decorreu no Centro Cultural da Cidade Velha, o seguinte:

"(…) que não aconteça o que aconteceu com o astrolábio de ouro que foi leiloado em Londres SEM O NOSSO CONHECIMENTO e sem que disso tivéssemos benefício nenhum.”

Partilhe esta notícia

Comentários

  • Este artigo ainda não tem comentário. Seja o primeiro a comentar!

Comentar

Caracteres restantes: 500

O privilégio de realizar comentários neste espaço está limitado a leitores registados e a assinantes do Santiago Magazine.
Santiago Magazine reserva-se ao direito de apagar os comentários que não cumpram as regras de moderação.