UCID acusa Governo de “capitalista” e de esquecer a “camada mais pobre”
Política

UCID acusa Governo de “capitalista” e de esquecer a “camada mais pobre”

O presidente da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID, oposição), João Santos Luís, declarou hoje que o País está perante um Governo “capitalista” que “não consegue ver” com “os olhos de ver” a “camada mais pobre”.

Em conferência de imprensa hoje, no Mindelo, convocada para abordar “o aumento do custo de vida/perda de poder de compra dos cabo-verdianos”, o líder dos democratas cristãos concretizou que o que o Governo tem conseguido é “esticar as mãos de vez em quando” aos mais necessitados com rendimentos de inclusão, que “não tiram as pessoas da bordeira, da pobreza”.

“O Governo tem que ver que estamos a viver no século XXI e as pessoas não podem e nem devem continuar a viver com os braços estendidos ao Ministério da Solidariedade e da Inclusão Social”, acusou João Santos Luís, que é também deputado eleito pelo círculo eleitoral de São Vicente.

Mesmo que reconheça que o executivo chefiado por Ulisses Correia e Silva “tem feito, sim, algum esforço na parte social”, Santos Luís vai avisando que é “muito pouco, um esforço muito tímido”, que não tira a população e os trabalhadores da situação que estão a viver.

“O Governo sabe que consegue dar mais aos trabalhadores cabo-verdianos, sabe que pode melhorar o clima laboral no País e não o faz, e nem evita o descontentamento generalizado que o País regista neste momento”, lançou o líder partidário, que prometeu continuar “com persistência, sem cansaço e resignação” perante esta situação que afecta “principalmente a camada mais vulnerável”.

Para João Santos Luís, o Governo tem de investir na economia para que as pessoas possam “ganhar o seu pão com dignidade”, tem que melhorar os salários, porque o País precisa de uma “nova estrutura salarial” para combater a precariedade existente.

Até porque, lançou, quando o Governo “propala melhoria” na cobrança de impostos, sem que tenha havido uma reforma fiscal para que isso acontecesse, esta melhoria e a performance das Finanças Públicas estão a ser feitos “à custa da inflação”, pelo que o Governo “pode perfeitamente reduzir a carga fiscal” em determinados produtos e “fazer diminuir o sofrimento das pessoas mais pobres”.

“Não o faz com o pretexto de que tem vindo a subsidiar os combustíveis e alguns géneros alimentares, mas essa subsidiação é muito irrisória e não resolve o problema dos cidadãos cabo-verdianos”, precisou a mesma fonte.

“Iremos continuar a chamar a atenção do Governo, porque de facto temos a consciência de que o País pode perfeitamente dar mais aos seus trabalhadores, aos seus cidadãos e, para que isso aconteça, o Governo tem que colocar as mãos na consciência e ver que as coisas não podem continuar como estão”, finalizou o presidente da UCID.

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