A Associação Pró-Praia defende a retoma dos projectos estruturantes e económicos da Praia para minimizar bolsas de pobreza, melhorar a situação social e o ordenamento urbanístico e reduzir o índice do desemprego na capital.
São os casos, por exemplo, do parque industrial e o centro de convenções.
Em entrevista à Inforpress, o presidente da Associação Pró-Praia, José Jorge Pina, referiu que a Cidade da Praia tem melhorado, sobretudo em termos de qualificação e requalificação na maior parte dos bairros da capital, incluindo o Plateau com intervenções do fundo, mas que precisa melhorar muito mais para atingir a maturidade.
Espaços verdes e de lazer, assim como condições de serviços aeroportuários, portuários, modernização de repartições são algumas das exigência desta associação que sugere a implantação da Escola do Mar no novo campus universitário, por forma a apostar nos cursos temáticos que garantam emprego em Santiago.
Quando a capital celebra o 163º aniversário da sua elevação à categoria de cidade capital, José Jorge Pina reclama um verdadeiro aeroporto internacional com extensão da pista à altura das exigências desta urbe metropolitana, considerando mesmo de muito ridícula a situação por que passa a capital, de tal forma que disse esperar que o tão anunciado novo aeroporto, pelo Governo, não seja motivo “para nunca mais”.
A nível portuário, reconhece que melhoraram as infra-estruturas, mas a Pró-Praia reivindica para a Cidade da Praia a implantação de um complexo de cabotagem e, sobretudo uma administração autónoma para o desenvolvimento do Porto da Praia, para que o sistema portuário abandone o “figuro da dependência de uma administração avesso ao desenvolvimento do maior porto em termos carga e de resultados financeiros”.
José Jorge Pina aponta para a Cidade da Praia desafios prementes em matéria social, urbana, infra-estruturação económica versus emprego e crescimento e a problemática da retoma do nível de competitividade desta urbe e da ilha de Santiago em relação às outras cidades e ilhas nos últimos tempos.
“A Cidade da Praia não tem infra-estruturas para o turismo de negócio. Os estabelecimentos hoteleiros para o turismo, nesta área, continuam de lado em termos de competitividade. Os estabelecimentos hoteleiros que estavam previstos não vieram. Não tivemos ministros nem departamentos que buscaram e que vangloriaram”, referiu.
Nesta ordem de ideia lamentou que o Hotel Hilton continue sem vir, o negócio do magnata macaense David Show continua parado, assim como o Complexo Hoteleiro em São Francisco, o Santiago Resort desde 1997 em pleno coração da Praia não avança, bem como o Complexo para a Praia Negra e que, consequentemente, a capital não está a ser equipada e a perder concorrência para outras cidades.
A Pró-Praia contesta uma maior urbanização para esta cidade e manifesta a sua inquietação, pois revelou que a China propôs um plano para habitação social em quatro bairros, mas que “não avança na capital, mas avança para outras ilhas”.
“A Cidade da Praia nasceu já com o contexto cosmopolitismo, assim como Ribeira Grande mais o porto da Ribeira Barca e colocou a ilha de Santiago no centro da navegação marítima do Mundo”, enalteceu de Pina, para quem “há uma abordagem muito radical do desenvolvimento em Cabo Verde” ao eleger que “só uma ilha deve exercer uma actividade”.
Alegou que apesar de todas as potencialidades que Santiago tem, o maior porto, a maior costa, o maior número de pescadores e embarcações, a sua orla marítima, a ilha maior carece de instituições como a Escola do Mar, enquanto se crie um novo para Santo Antão, afirmando mesmo que o ensino do mar “é o único que não se descentraliza”.
Considera que os estudantes da Praia e dos vários pontos do país continuam à espera de um centro de formação para o mar, quer para a marinha mercante, quer para portos, segurança marítima e gestão costeira, áreas que, atestou, dão capacitação para o emprego, mas que tudo isto continua na lista de espera.
A Pró-Praia culpabiliza os deputados nacionais de Santiago Sul com o argumento que não defendem a Praia, salvo algumas excepções, por defenderem a agenda partidária em detrimento da região que os elege, sem que haja projectos estruturantes, por causa do distanciamento dos políticos em face de uma visão e defesa de um programa para Santiago e Praia como se vê em outros deputados.
Desafia os políticos a colocarem à Praia nas suas agendas e a defenderem os projectos que enformem a visão do desenvolvimento da capital nos sectores do mar, do turismo, da energia, da água e da segurança, bem como em matéria da cultura, do lazer e do estar e de saneamento, enquanto reclama mais espaços verdes e abertura da cidade ao mar no âmbito de intervenções civilizadas.
Comentários