O deputado e presidente do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV-oposição), Rui Semedo, defendeu hoje, no Parlamento, a retoma de “obras públicas paralisadas” para que estas tenham impacto no emprego público.
Intervindo esta tarde no debate parlamentar com o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, tendo como tema “Governar em tempos de crise”, Rui Semedo disse que o emprego público, apenas através das obras iniciadas, é insuficiente e não resolve os problemas arrestados pela recente crise provocada pela guerra na Europa.
“O povo do campo precisa de frentes públicas para poder ter acesso a emprego, ter acesso a rendimento. O desemprego aumentou de forma generalizada, a oferta do emprego diminuiu de forma considerável, então no campo as pessoas mais vulneráveis precisam do emprego público, aí o Governo não pode demorar, sob pena de as pessoas passarem por extremas dificuldades nesses dias”, continuou.
Rui Semedo disse que neste momento as pessoas precisam do Estado, e que nunca se precisou tanto do Estado como agora e que nunca se precisou tanto de um Governo como se está a precisar neste momento.
“Não é agora que o povo mais precisa que se lhes vai virar as costas. Precisamos encontrar todas as respostas para ajudar e socorrer as pessoas para garantir que tenham acesso ao emprego, rendimento, ganha-pão, alimentação, bens para a educação e bens para a saúde. Tudo está mais caro, tudo está mais difícil e este é o momento de mostrarmos a nossa solidariedade através da boa utilização dos recursos públicos para satisfazer as necessidades da população”, defendeu.
Em resposta, o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, disse que não se vai ficar na criação de emprego apenas pelas obras.
“Há retoma das obras… nós vamos lançar um grande pacote de infra-estruturas mais o programa de formação profissional, empreendedorismo, as linhas de crédito de retomas porque o sector privado cria empregos”, acrescentou.
Para Ulisses Correia e Silva é preciso fazer com que a dinamização da economia, mesmo nas condições difíceis em que se está a viver, e que, por isso, o governo tem um “forte programa” de retoma em curso.
“Intervenções na agricultura não é só para frentes de trabalho. Estamos a investir na água, projectos hidroagrícolas, linhas de crédito para os agricultores, programa de mitigação nas pescas, o rendimento social de inclusão, cujos beneficiários vão aumentar, todo o pacote do programa Mais”, disse.
“Nós estamos a trabalhar para podermos fechar um pacote de financiamento muito forte relativamente a esses sectores e para podermos sustentar estas medidas é preciso financiamento. Os cabo-verdianos sabem que demos respostas adequadas na pandemia, vamos dar respostas também nesta situação mais difícil”, finalizou.
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