
Na noite de ontem, a Polícia de Intervenção Rápida, a mando dos golpistas, invadiu as instalações onde funciona a Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH) e deteve dois funcionários da organização que foram violentamente espancados dentro do Ministério do Interior. O incidente aconteceu poucas horas após uma vigília pacífica e legítima, organizada pela LGDH no interior das instalações da Casa dos Direitos.
O Consórcio da Casa dos Direitos denunciou “com veemência” a invasão das suas instalações, ocorrida na noite de segunda-feira, 22, “perpetrada por um grupo de agentes da Polícia de Intervenção Rápida, num ato de violência institucional sem precedentes e de extrema gravidade”, refere em comunicado.
“Durante esta operação ilegal, dois funcionários da Liga Guineense dos Direitos Humanos foram arbitrariamente detidos, conduzidos ao Ministério do Interior e violentamente espancados, atos estes que foram deliberadamente filmados, configurando graves violações dos direitos humanos e da dignidade da pessoa humana”, pode ler-se no comunicado.
Esta ação policial, a mando do governo golpista, aconteceu poucas horas após o final de uma vigília organizada pela LGDH, no interior da Casa dos Direitos, onde foi exigida a libertação de todos os presos políticos.
Ainda segundo o Consórcio da Casa dos Direitos, “as vítimas sofreram lesões físicas, incluindo múltiplos hematomas e contusões”, tendo recebido assistência médica de urgência, encontrando-se ainda em curso exames clínicos complementares.
Polícia regressou hoje e expulsou ativistas
A repressão policial não se ficou por aqui, na manhã desta terça-feira, 23, dois agentes da Polícia de Ordem Pública, “identificados como pertencentes à Primeira Esquadra, regressaram às instalações, expulsaram coercivamente os funcionários em exercício e impuseram um bloqueio ilegal” no acesso à Casa dos Direitos.
“Este ato inaceitável constitui uma afronta direta ao Estado de Direito, à democracia e à própria existência da Casa dos Direitos, cuja missão é a promoção dos direitos humanos, a defesa das liberdades fundamentais e da legalidade democrática”, pode ler-se, ainda, no comunicado.
Por último, o Consórcio da Casa dos Direitos, “condena de forma categórica e inequívoca estes atos ilegais, arbitrários e repressivos e exige a retirada imediata e incondicional de todas as forças de segurança das suas instalações”, ao mesmo tempo que “responsabiliza integralmente as autoridades” por qualquer dano “físico, psicológico ou material causado aos seus membros” e exortando-as a “cessar imediatamente todas as práticas de intimidação, perseguição e violência contra defensores dos direitos humanos” e cidadãos em geral.
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