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PAICV diz que Cabo Verde “perdeu cerca 32 mil postos de trabalho” de 2016 a 2022
Política

PAICV diz que Cabo Verde “perdeu cerca 32 mil postos de trabalho” de 2016 a 2022

O deputado e conselheiro nacional do PAICV António Fernandes disse hoje que Cabo Verde “perdeu cerca de 32 mil postos de trabalho” de 2016 a 2022, devido à “política errada” do Governo sustentado pelo MpD.

Em conferência de imprensa na Cidade da Praia, sobre os dados relativos ao índice de emprego, recentemente divulgados, António Fernandes precisou que o país passou dos cerca de 210 mil empregados em 2016 para cerca de 178 mil em 2022.

“Ninguém tem dúvidas de que o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, falhou com o desenvolvimento económico de Cabo Verde e falhou com as promessas aos cabo-verdianos. Não promoveu os 45 mil empregos decentes e bem remunerados. Fez com que Cabo Verde perdesse 32 mil empregos”, apontou.

Durante a conferência de imprensa, o conselheiro nacional do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição) denunciou aquilo que classificou de “desalinhamento entre o ritmo do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), o número da população empregada e rendimento das famílias”, salientando que esse desalinhamento aconteceu por culpa de uma governação económica errada.

“Segundo teorias económicas, a produção medida pelo PIB apresenta uma relação com o nível de emprego, com a renda a ser recebida pela população e com o desenvolvimento humano, explicou para acrescentar que afinal o crescimento económico propalado nos últimos anos não teve impacto na criação de emprego, muito menos no desenvolvimento económico e no aumento do nível de rendimento das famílias.

“Se, por um lado, o PIB cresceu a 17,7% do ano 2021 para o ano 2022, como é possível a taxa de desemprego aumentar 3,8 pontos percentuais de 2021 a 2022”, questionou.

Por outro lado, o porta-voz do principal partido da oposição sublinhou que é só na governação do Movimento para Democracia (MpD, poder) é que a taxa de desemprego diminui à custa de aumento do número de inativos e do número de desencorajados, que passou 19,690 em 2017 para 53.268 em 2020.

Aliás, sustentou, que é próprio inquérito da Afrosondagem de 2022, sobre a política económica em Cabo Verde que apontou que 63% dos cabo-verdianos consideram que o País está sendo conduzido na direção errada, que 61% assumiram que actuais condições económicas são más e 7% dos declararam que muitas vezes ou sempre ficaram sem alimentos.

António Fernandes acusou ainda o Governo de propagandas grosseiras de esconder a média de crescimento real de 2020, 2021 e 2022, indicando que o crescimento do PIB está na casa de 1% ao nível potencial.

“Ouvimos, nos últimos dias, da boca de do senhor vice-primeiro-ministro, Olavo Correia, que em média, o PIB cresceu 12% em 2021 e 2022! E que só em 2022 PIB cresceu 17,7%! Ele, agora, pretende fazer o país esquecer que o PIB caiu em 2020 para -19,3%”, disse, adiantando que a retoma do PIB real ainda está longe de chegar ao nível pré-pandémico, ao nível potencial”  considerou.

Neste sentido exortou o executivo liderado por Ulisses Correia e Silva a parar com as propagandas enganosas e a concentrar-se em medidas de políticas que proporcionem o desenvolvimento económico por forma resolver os problemas que os cabo-verdianos enfrentam.

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